Segundo a autora, pode-se aplicar a técnica denominada a Hora do Jogo, até a idade de 9 anos (PAIN, 1985). Para jogar é necessário ter um espaço transicional, um espaço de confiança, de criatividade, o mesmo espaço que se precisa para aprender.
Na hora do jogo são utilizados materiais preponderantemente não figurativos.
Colocam-se dentro de uma caixa, com tampa separável, elementos com as seguintes características:
- para desenhar, recortar, pegar, costurar, olhar, ler, escrever, caixas de diferentes tamanhos, para modelar, para juntar. Colocam-se diferentes elementos com mesmo fim, cola, durex, grampeador, furador, possibilitando o desdobramento se assim o sujeito quiser. Os papéis devem ser variados, tanto na forma como na cor e tipo.
Podem ser colocados blocos de construção e folhas impressas prontas (de modo a verificar a liberdade ou a submissão), lápis de cor, lápis preto, borracha. Os materiais não precisam ser novos, mas devem ter uma boa conservação. A caixa deve ser de fácil acesso e cômoda, estando ela no chão ou na mesa.
A consigna é a seguinte: "Aqui está uma caixa com muitas coisas e você pode brincar com tudo o que quiser; enquanto isso, eu vou anotar o que você vai fazendo. Um pouco antes de terminar, eu vou te avisar." Geralmente procura-se fazer uma sessão de 50 a 60 minutos de duração para a administração dessa técnica.
Com o auxilio dos dados observados durante a técnica, o terapeuta deve analisar as respostas tanto verbais como gráficas do sujeito, tentando levantar hipóteses da significação do aprender para ele, a mobilidade inter-relacionada com inteligência e desejo, a construção do símbolo, tentar observar as modalidades de aprendizagem que aparecem ver a capacidade do sujeito para criar, imaginar, refletir, argumentar, etc.
Há alguns momentos da Hora do Jogo que devem ser destacados para facilitar a análise do examinador, são eles: o inventário, a organização e a integração.
- No inventário a criança classifica os materiais, seja por mera manipulação, seja experimentando o funcionamento, ou seja, olhando dentro da caixa, favorecendo as possibilidades de ação.
- O momento seguinte é o da organização, dedicado à postulação de um jogo. O material passa a ser utilizado para uma ação, uma organização simbólica. Nessa fase a criança combina, ajusta os materiais na busca de um fim antecipado, aceitando e descartando possibilidades.
Depois desses momentos o próximo será o da integração, a aprendizagem propriamente dita, quando o sujeito incorpora o que fez aos seus esquemas anteriores, jogando, brincando com sua confecção. É o momento em que dá sentido à sua criação. Possivelmente sujeitos com problemas podem apresentar dificuldades em alguma dessas etapas.
FONTE
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/diagnostico/10325
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