sexta-feira, 30 de setembro de 2016

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Globalização




A globalização pode ser compreendida como a fase de expansão que o capitalismo atingiu na atualidade, impactando a economia, a política, a cultura e o espaço geográfico. Se no capitalismo comercial iniciado no final do século XV, com as grandes navegações e o colonialismo, diferentes partes do mundo passaram a estabelecer maiores relações, nos séculos seguintes essas relações se intensificaram conforme as novas tecnologias possibilitaram o avanço da produção industrial e do comércio mundial. A globalização é, sobretudo, econômica, e caracteriza-se pelo conjunto de mudanças no processo de produção de riquezas, nas relações de trabalho, no papel do Estado, nas formas de dominação sociocultural e pela facilitação dos fluxos de pessoas, capitais e informações ao redor do mundo.


Ilustração: violetkaipa / Shutterstock.com
A base estrutural que possibilitou o aumento dos fluxos de informações nas últimas décadas é o avanço das telecomunicações (satélites artificiais, centrais telefônicas, cabos de fibra óptica e telefonia celular) e da informática. A evolução das tecnologias para computadores e internet permite um volume e rapidez cada vez maiores na transmissão de dados, voz, texto e imagem em todo o planeta, tornando-o cada vez mais conectado e integrado. Além das telecomunicações e informática, também houve avanços da robótica, biotecnologia e dos meios de transporte, na etapa do desenvolvimento industrial conhecida como Terceira Revolução Industrial, quando ciência, técnica e produção adquiriram maiores vínculos. A revolução tecnológica dos meios de informação e comunicação intensificou-se, possibilitando uma disputa cada vez maior entre países e empresas a partir da facilidade de circulação do capital de um país para outro, seja para a venda de mercadorias, para a instalação de filiais de empresas ou para aplicações financeiras.
O aumento da capacidade produtiva das empresas, das infraestruturas e da utilização de sistemas informatizados nas variadas atividades econômicas (indústria, agropecuária, comércio e serviços) fez com que a técnica, a ciência e a informação se tornassem mais presentes no espaço geográfico. Essa presença é, porém, desigual. Concentra-se nos países desenvolvidos, distribui-se de modo irregular nos subdesenvolvidos industrializados e é ainda escassa em países subdesenvolvidos de economia primária. Portanto, a globalização não integra o mundo todo da mesma forma. A maioria dos usuários de internet no mundo, por exemplo, concentra-se em países como EUA, Japão, China e Alemanha.
A derrocada do bloco socialista pós-Guerra Fria (1989) iniciou a chamada nova ordem mundial, levando o capitalismo ao mundo todo e impulsionando o processo de globalização. Novos mercados consumidores se abriram, ao passo que governos e grandes empresas intensificaram medidas e políticas neoliberais (que favorecem a iniciativa privada), ampliando a circulação de capitais entre os países.
Com a economia mundial globalizada, as empresas multinacionais se destacaram, espalhando suas atividades ao redor do mundo através de complexas redes de produção, distribuição, divulgação e comercialização. Seus lucros são maximizados ao dividirem as etapas de produção e demais atividades em diferentes países. Os investimentos são direcionados conforme as vantagens que o país (geralmente subdesenvolvido) fornece, como: mão-de-obra barata e qualificada, matéria-prima abundante, baixo custo para instalação de filiais, redução ou mesmo isenção de impostos. Já os centros administrativos, científicos e tecnológicos são mantidos em suas sedes, nos países de origem. Dessa forma, diversas marcas de todos os tipos de produtos, redes de fast food, supermercados, bancos e serviços em geral, tornam-se cada vez mais presentes em diversos países.
Atualmente, mercados mundiais importantes são dominados por um pequeno número de corporações multinacionais ou transnacionais, que concentraram capitais através de fusões e/ou aquisições.
A popularização do acesso à internet e comunicação instantânea através de celulares e computadores é um fato representativo dos níveis de desenvolvimento que o processo de globalização vem atingindo no século XXI.
Fontes:
GARCIA, Valquíria Pires; BELLUCCI, Beluce. Projeto Radix: geografia. São Paulo: Scipione, 2013.
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Geografia Geral e do Brasil – ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2005.
SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia – volume 3. São Paulo: Scipione, 2009.

Multiculturalismo, Interculturalidade e multiculturalidade





Interculturalidade - Conceito, o que é, Significado



O termo interculturalidade se refere à diversidade cultural que se manifesta na sociedade atual. Se levarmos em conta como referência as grandes cidades, vamos encontrar pessoas de variadas origens étnicas, línguas diferentes e tradições culturais bem diversificadas. Para que a convivência entre as pessoas seja harmoniosa é necessário promover valores como a integração, a tolerância e o respeito mútuo. Assim, a interculturalidade é justamente uma aposta da aceitação e da normalização das diferenças sociais.


Interculturalidade e multiculturalidade

Estes dois conceitos apresentam semelhanças e diferenças e se assemelham a uma ideia fundamental: que a sociedade não é homogênea, mas sim plural. Entretanto, há uma diferença notável, já que a multiculturalidade expressa as diferenças como um fato objetivo e a interculturalidade aspira que estas diferenças se traduzam em plena integração das culturas. Desta maneira, a interculturalidade tem um componente reivindicativo e transformador, uma vez que propõe superar a multiculturalidade.

Desafios da interculturalidade

Ao longo da história, as diferenças religiosas, étnicas e culturais constituíram um argumento para justificar a exclusão social de alguns grupos

Neste sentido, a interculturalidade pretende criar um marco de convivência na qual nenhum grupo se veja discriminado por algum aspecto diferenciador.

As diferenças entre um grupo e outro não podem envolver nenhuma forma de desigualdade. Na verdade, a sociedade tradicional estabelece hierarquias baseadas nos aspectos diferenciadores. Nesta linha de pensamento, a interculturalidade se baseia em um critério ético: todas as culturas merecem o mesmo respeito.

Um dos campos de atuação da interculturalidade é área educacional

Assim, há países que colocam em prática programas escolares para que estudantes de diferentes culturas tenham uma relação satisfatória e um plano de igualdade.

A interculturalidade expressa o desejo de uma melhor convivência entre os seres humanos. No entanto, trata-se de um caminho com todo tipo de obstáculos: a superação dos preconceitos, problemas linguísticos e a hegemonia histórica de alguns grupos sobre outros. Definitivamente, a interculturalidade é uma aposta pela inclusão social do conjunto da cidadania, uma questão que deve ser abordada na escola, nos meios de comunicação, na legislação e na vida cotidiana.


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Estruturalismo: Quais as origens desse método de análise?

O que determina o modo como pensamos, nos relacionamos com os outros, nos comportamos à mesa, nos vestimos e vivemos em família? Será que cultura e sociedade foram historicamente construídas pela ação do homem ou existiriam estruturas ocultas que explicariam nossos hábitos? Para o estruturalismo francês, movimento intelectual que atingiu seu apogeu na segunda metade da década de 1960, a segunda hipótese seria mais viável para investigar tais fenômenos
Pode-se dizer que o estruturalismo foi o último movimento filosófico francês a ganhar notoriedade mundial, logo após o existencialismo, corrente criticada em debates que envolveram dois dos maiores expoentes dessas escolas filosóficas, respectivamente, Michel Foucault (1926-1984) e Jean-Paul Sartre (1905- 1980).

Mas o estruturalismo reuniu pensadores de diversas áreas das ciências humanas, a ponto de ser difícil encontrar um núcleo coeso que permita classificá-lo como sistema filosófico. Na verdade, o estruturalismo é mais um método de análise, que consiste em construir modelos explicativos de realidade, chamados estruturas.

Por estrutura entende-se um sistema abstrato em que seus elementos são interdependentes e que permite, observando-se os fatos e relacionando diferenças, descrevê-los em sua ordenação e dinamismo. É um método que contraria oempirismo, que vê a realidade como sendo constituída de fatos isolados. Para o estruturalismo, ao contrário, não existem fatos isolados, mas partes de um todo maior. Assim, compreende-se que:

  • Alguns fenômenos podem ser explicados não pelo que deixam à mostra, mas por uma estrutura subjacente.
  • Os fatos possuem uma relação interna, de tal forma que não podem ser entendidos isoladamente, mas apenas em relação aos seus pares antagônicos.

    Para entender como esse método funciona, é preciso estudar suas origens, na Linguística e na Antropologia.

    A linguagem O método estruturalista foi usado pela primeira vez pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) em sua obra póstuma, editada por alunos, Curso de Linguística Geral. Nesta obra, Saussure fornece as bases teóricas para duas importantes ciências do século 20: a Linguística Estrutural e a Semiologia, ou ciência dos signos.

    As teorias de Saussure podem ser explicadas por meio de quatro dicotomias. A primeira diz respeito a duas formas de se abordar a linguagem:
  • Língua: o aspecto social da linguagem.
  • Fala: o aspecto individual da linguagem.

    A segunda refere-se a tipos de estudos da linguagem:
  • Linguística sincrônica (estática ou descritiva): estuda a constituição da língua (fonemas, palavras, gramática, etc.) num dado momento.
  • Linguística diacrônica (evolutiva ou histórica): estuda as mudanças da língua através dos tempos.

    A originalidade de Saussure foi propor um estudo da língua enquanto sistema social de um ponto de vista sincrônico, não histórico, como vinha sendo feito antes. Ele também propõe o nome de semiologia, ou estudo do signo linguístico, que contém:
  • Significante: é a expressão material do signo, como o som da palavra "árvore" ou a imagem da palavra escrita no papel.
  • Significado: o conceito que o significante representa ou o conteúdo do signo, uma ideia, como a árvore que eu imagino ao ouvir ou ler a palavra escrita.

    A palavra estrutura não aparece na obra do linguista suíço, mas se faz presente no conceito de sistema, que quer dizer uma análise estrutural que inclui o estudo da língua em suas relações internas, conforme a terceira dicotomia:
  • Eixo sintagmático: um termo só é compreendido em oposição (relação) a outro termo. Ex.: "O semáforo está verde".
  • Eixo paradigmático: o termo é associado a outros, presentes na memória. Por exemplo, na frase anterior, ao invés de semáforo, uso "sinal" e ao invés de "está verde", "abriu": "O sinal abriu".

    Saussure, ao entender a linguagem como estrutura subjacente e sistema cujos elementos são solidários entre si (e que, somente assim, adquirem valor e sentido), e, ainda, vista de uma perspectiva não histórica, inaugurou o método estruturalista de análise.

    Os mitos A primeira aplicação do estruturalismo fora do âmbito da linguística foi feita pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908), hoje aposentado e um dos mais importantes intelectuais vivos.

    Lévi-Strauss observou, ao estudar tribos indígenas de vários países, incluindo o Brasil, um conjunto de normas que se preservavam em diferentes culturas, como se fossem formas inconscientes que moldavam o pensamento e o comportamento dos povos. Diferente de uma abordagem histórica, que não veria as relações, ele empregou o método da linguística estrutural em, basicamente, dois sentidos:
  • Como uma estrutura profunda ou inconsciente.
  • Como elementos que só adquirem significado quando vistos dentro dessa estrutura.

    Consequentemente, existiriam estruturas que determinam regras de vestuário, alimentação, parentesco, condutas morais e políticas recorrentes em diferentes povos, e que não são visíveis.

    Os mitos, segundo Lévi-Strauss, são estruturados com linguagem, de modo que, da mesma forma que na língua - eu não penso em formas gramaticais quando falo, apenas falo -, também não penso em mitos quando os reproduzo inconscientemente (como Freud mostrou com o mito de Édipo, por exemplo): os mitos só funcionam quando a estrutura permanece invisível, como a linguagem.

    A conclusão do antropólogo é a de que o pensamento mítico não está no homem, mas o próprio homem é que é pensado nos mitos.

    Mas vejamos outro exemplo da antropologia estrutural de Lévi-Strauss nasrelações de parentesco. Parte-se da compreensão de que fenômenos de parentesco são estruturados como fenômenos linguísticos. Então, procede-se à identificação de elementos desta estrutura: pai, mãe, filhos, tios e irmãos. Cada um desses termos só faz sentido estando em relação aos demais: o pai autoritário em relação à mãe protetora, por exemplo.

    O que o antropólogo verificou, no convívio com culturas diversas, foi que, apesar das diferentes formas de filiação e relações de afetividade, hostilidade, antagonismo ou reserva (tios mais afetivos, pais mais hostis e irmãos mais conflituosos, por exemplo), a mesma estrutura de oposições - pai/mãe, tios/sobrinhos, irmãos/irmãs - permanece inalterada.

    Outros estruturalistas No decorrer das décadas de 1960 e 1970, surgiram aplicações do método estruturalista em áreas como crítica literária, cinema, estudos culturais e publicidade, entre outros, o que provocou críticas de abusos.

    Alguns dos mais renomados intelectuais e pensadores franceses empregaram o método em suas obras, como Jacques Lacan (1901-1981), que concebeu o inconsciente como estruturado na forma de linguagem; Foucault, que estudou estruturas discursivas que condicionavam o pensamento do homem em determinadas épocas; Roland Barthes (1915-1980), que examinou os mitos modernos, a moda e a literatura; e Louis Althusser (1918-1990), que fez uma leitura estruturalista da obra de Marx.

    Leituras recomendadas Curso de Linguística Geral, de Saussure, foi publicado no Brasil pela Editora Cultrix. Uma boa introdução ao pensamento de Lévi-Strauss é Antropologia Estrutural (Tempo Brasileiro), que reúne ensaios do autor. Outros livros indicados são Mitologias (Difel), de Roland Barthes, As Palavras e as Coisas (Martins Fontes), de Foucault, e Escritos (Perspectiva), de Lacan. Para mais detalhes sobre o movimento estruturalista, História do Estruturalismo(EDUSC), de François Dosse.

José Renato Salatiel, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é jornalista e professor universitário.
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3034414634056562020#editor/target=post;postID=2076067652786282726

domingo, 25 de setembro de 2016

O que é Mercosul

Mercosul é a abreviação de Mercado Comum do Sul
um bloco econômico sul-americano formado oficialmente pelo BrasilArgentina,UruguaiParaguai Venezuela.

O principal objetivo do Mercosul é garantir a construção de uma consolidação econômica, política e social entre os países membros, colaborando para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos que habitam os Estados que constituem o bloco.
Como o próprio nome sugere, o Mercosul visa a definição de um mercado comum entre os governos pertencentes ao bloco e, para atingir esta meta, define algumas regras, como:
  • Garantir da livre circulação de bens, serviços e produtos entre os países membros;
  • Garantia da TEC (Tarifa Externa Comum) em negociações comerciais com Estados que não pertencem ao bloco econômico;
  • Políticas macroeconômicas e setoriais nos Estados Partes;
  • Compromisso em fortalecer a integração entre todos os membros efetivos da organização.
O Mercosul foi criado a partir do Tratado de Assunção, assinado em 26 de março de 1991 pelos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.


Porém atualmente, o MERCOSUL é regido com base no Protocolo de Ouro Preto, firmado em 17 de dezembro de 1994 e em vigor desde dezembro de 1995.





Quase todos os países da América do Sul estão ligados ao Mercosul, seja como membros efetivos ou associados.
A partir de 2012, os membros considerados como “Estados Partes” do bloco são: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai (desde 26 de março de 1991) e Venezuela (desde 7 de dezembro de 2012).
Já os países classificados como “Estados Associados” são: Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), ColômbiaEquador (desde 2004), Guiana,Suriname (desde 2013) e Bolívia (atualmente em processo para se tornar um Estado Parte).
A principal diferença entre os Estados Parte e os Estados Associados está no poder de decisão que os primeiros possuem em relação aos assuntos importantes do bloco. Os associados, por exemplo, não têm o direito de votar para a aprovação do ingresso de novos estados-membros à organização.
Os Estados Associados também são usufruem do TEC (Tarifa Externa Comum), que consiste numa taxa padrão sobre os produtos que são exportados para os países fora do bloco. A TEC ajuda a evitar concorrência comercial internacional e privilegia os membros efetivos deste acordo.
Também existem os países denominados “observadores”, como o México, por exemplo, embora este seja regido NAFTA (North American Free Trade Agreement).

Dados Básicos do Mercosul

Dados Básicos do Mercosul
Fonte dos dados: http://www.mercosul.gov.br/

sábado, 24 de setembro de 2016

O Grande Desafio Dual Audio

Chimamanda Adichie: O perigo da história única

Curta-metragem "O preconceito cega"

PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS



Os Parâmetros Curriculares Nacionais, mais conhecidos como PCN, é uma coleção de documentos que compõem a grade curricular de uma instituição educativa.
Esse material foi elaborado a fim de servir como ponto de partida para o trabalho docente, norteando as atividades realizadas na sala de aula.
É claro que cada instituição deve montar o seu Projeto Político Pedagógico, sua proposta pedagógica, adaptando esses conteúdos à realidade social da localidade onde está inserida.
O documento é uma orientação quanto ao cotidiano escolar, os principais conteúdos que devem ser trabalhados, a fim de dar subsídios aos educadores, para que suas práticas pedagógicas sejam da melhor qualidade.
Em sua abordagem, os parâmetros curriculares nacionais definem que os currículos e conteúdos não podem ser trabalhados apenas como transmissão de conhecimentos, mas que as práticas docentes devem encaminhar os alunos rumo à aprendizagem.
A reflexão da prática docente deve ser feita através de reuniões com todo o grupo da escola, direção, coordenação, orientação, psicopedagoga, psicóloga, professores, dentre outros profissionais, ligados à rotina da instituição e de sala de aula.
Cabe a cada instituição se organizar nesse sentido, pois a escola que não promove momentos de reflexão da prática docente causa uma relação duvidosa entre docente, alunos e conteúdos a serem ministrados.
Muitas vezes os professores não conhecem a proposta pedagógica da instituição, pois os diretores mantêm a mesma sob sete chaves, para que ninguém copie seu conteúdo. Isso torna difícil a reflexão do professor sobre o seu próprio trabalho, pois o mesmo precisa conhecer que tipo de educação aquela instituição quer oferecer, que princípios devem trabalhar e quais os objetivos a serem conquistados.
A escola deve ter responsabilidade social, instituir situações didáticas fundamentais entre os temas a serem abordados e a prática docente, as formas pelas quais a aprendizagem acontecerá, através do desenvolvimento de habilidades de leitura, interpretação, estudo independente e pesquisa.
Os PCN estão divididos a fim de facilitar o trabalho da instituição, principalmente na elaboração do seu Projeto Político Pedagógico. São seis volumes que apresentam as áreas do conhecimento, como: língua portuguesa, matemática, ciências naturais, história, geografia, arte e educação física.
Outros três volumes trazem elementos que compõem os temas transversais. O primeiro deles explica e justifica o porquê de se trabalhar com temas transversais, além de trazer uma abordagem sobre ética. No segundo volume os assuntos abordados tratam de pluralidade cultural e orientação sexual; e o terceiro volume aborda meio ambiente e saúde.
O MEC (fazer os links) disponibiliza esse material a todos os professores, a fim de que os mesmos possam estudá-lo e conhecê-lo a fundo, auxiliando os professores em sua atividade profissional, além de perceber a responsabilidade social conferida ao ofício de professor.
Os PCN podem ser facilmente encontrados, estando divididos para o Ensino Fundamental 1, do 1º ao 5º ano, e o documento para o Ensino Fundamental 2, do 6º ao 9º ano.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola
http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/pcnparametros-curriculares-nacionais.htm

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Darcy Ribeiro

O antropólogo Darcy Ribeiro
também escreveu prosa de ficção
Já sabendo que sua doença era terminal, Darcy Ribeiro confessou no livro de memórias: "Termino esta minha vida já exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras". Tudo muito coerente com quem sempre se declarou um "fazedor".
Filho de farmacêutico e professora, Darcy Ribeiro mudou-se para o Rio de Janeiro com o objetivo de estudar medicina. Até ingressou na faculdade, mas abandonou o curso depois de três anos.
Transferiu-se para São Paulo, indo estudar ciências sociais na Escola de Sociologia e Política e ali graduando-se em 1946. Depois, em 1949, entrou para o Serviço de Proteção aos Índios (antecessor da Funai), onde trabalharia até 1951. Passou várias temporadas com os indígenas do Mato Grosso (então um só estado) e da Amazônia, publicando as anotações feitas durante essas viagens. Colaborou ainda para a fundação do Museu do Índio (que dirigiu) e a criação do parque indígena do Xingu.
Na época, Darcy Ribeiro escreveu diversas obras de etnografia e defesa da causa indigenista, contribuindo com estudos para a Unesco e a Organização Internacional do Trabalho. Em 1955, organizou o primeiro curso de pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil (Rio de Janeiro), onde lecionou etnologia até 1956.
No ano seguinte, passou a trabalhar no Ministério da Educação e Cultura. Lutou em defesa da escola pública e (junto com Anísio Teixeira) fundou a Universidade de Brasília (da qual seria reitor em 1962-3).
Em 1961, foi ministro da Educação no governo Jânio Quadros. Mais tarde, como chefe da Casa Civil no governo João Goulart, desempenhou papel relevante na elaboração das chamadas reformas de base. Com o golpe militar de 1964, Darcy Ribeiro teve os direitos políticos cassados e foi exilado.
Viveu então em vários países da América Latina, defendendo a reforma universitária. Foi professor na Universidade Oriental do Uruguai e assessorou os presidentes Allende (Chile) e Velasco Alvarado (Peru). Naquele período, Darcy Ribeiro redigiu grande parte de sua obra de maior fôlego: os estudos antropológicos da "Antropologia da Civilização", em seis volumes (o último, "O Povo Brasileiro", ele publicaria em 1995).
Em 1976, retornou para o Brasil, dedicando-se à educação pública. Quatro anos depois, foi anistiado, iniciando uma bem-sucedida carreira política. Em 1982, elegeu-se vice-governador do Rio de Janeiro. Nesse cargo, trabalhou junto ao governador Leonel Brizola na criação dos Centros Integrados de Educação Pública (Ciep). Em 1990, foi eleito senador, posto em que teve destacada atuação.
Em 1992, passou a integrar a Academia Brasileira de Letras. Além da obra antropológica, Darcy Ribeiro publicou os romances "Maíra", "O Mulo", "Utopia Selvagem" e "Migo".
No último ano de vida, Darcy Ribeiro dedicou-se a organizar a Fundação Darcy Ribeiro, com sede na antiga residência em Copacabana (no Rio de Janeiro).
Vítima de câncer, Darcy Ribeiro morreu aos 74 anos.

http://educacao.uol.com.br/biografias/darcy-ribeiro.htm

Culturalismo



No período entre as duas guerras mundiais desenvolveu-se, fundamentalmente nos Estados Unidos, uma corrente culturalista em antropologia, cuja premissa básica era a de que uma dada cultura impõe um determinado modo de pensamento aos homens nela inseridos. 
A cultura condiciona o comportamento psicológico do indivíduo, sua maneira de pensar, a forma como percebe seu entorno e como extrai, acumula e organiza a informação daí proveniente. 
Nesse sentido, foram significativos os trabalhos de Ruth Benedict, realizados na década de 1930, sobre os índios pueblo do sudoeste dos Estados Unidos - os quais, apesar de imersos num meio físico semelhante ao das etnias circunvizinhas, raciocinavam de forma muito diferente diante de problemas idênticos.

Margaret Mead analisou principalmente a importância da educação na formação da personalidade adulta. 
Ralph Linton e Abram Kardiner, por sua vez, expuseram o conceito de personalidade de base, que consistiria num mínimo psicológico comum a todos os membros de uma sociedade.

É o conjunto de ações que admite como centro a cultura, capaz de explicar e/ou fundamentar os fenômenos que movem e estruturam o comportamento de uma população e de um indivíduo, nas diversas fases da formação social. 
O Culturalismo toma por base todos os modelos artísticos atuais, clássicos e filosóficos, em conjunto ou individuais, para tornar claro o papel fundamental da cultura na construção de uma sociedade. Entende que cultura não é meramente o fazer sociológico de algo, mas a reconstrução desse algo a partir dos modelos buscados na natureza, logo, entende-se cultura, segundo o filósofo, jurista, educador e poeta Miguel Reale, como “o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer para modificar-se a si mesmo”. 
No entender culturalista, a filosofia, como razão, deve fazer parte dos alicerces de todas as ciências. Não é restrito, não atende apenas a uma parcela e a cultura sob o ponto de vista, apenas, sociológico. Traduz-se como um conjunto de crenças, costumes, normas, valores, artes e linguagem; tem como base o modo de agir e pensar do ser humano em sua cultura e a ela deve-se uma cadeia de evolução que compete a uma determinada época, logo, para cada tempo, uma cultura, uma forma de pensar e agir. 
A reflexão culturalista, para tentar chegar ao verdadeiro “x” da questão, não é movida pela visão de futuro sob o passado, mas transporta-se à concepção pretérita para entender o pretérito. 
Como movimento, o Culturalismo tem o papel de desenvolver uma nova corrente de pensamento, não desprezando as ascendentes, mas tomando-as como base para a continuação evolutiva do pensar. Opõe-se às correntes que reverteram os núcleos artísticos e atearam fogo aos modelos clássicos, preconceituosamente. 
O Movimento Artístico Culturalista põe fim, em definitivo, à idéia de que para o nascimento de uma nova corrente ideológica tenha que a passada ser destruída, ele segue, de maneira inconsciente, o conceito, adaptado, de Lavoisier: no meio artístico, em geral, nada se perde, tudo se transforma. E essa transformação, natural, compete a cada tempo, em consonância com os novos princípios e reflexões sociais que vão nascendo.
Fonte:http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/culturalismo.php
Daniel C. B. Ciarlini
https://geracaoculturalista.wordpress.com/2009/04/13/o-culturalismo/

Teorias Evolucionistas



Jean-Baptiste Lamarck, contrariando a teoria fixista da época, defendeu a teoria de que as características das espécies mudavam com o tempo. Em sua teoria, os órgãos que eram utilizados desenvolviam, enquanto os que não eram, atrofiavam. Esta é a Lei do uso e desuso dos órgãos.

Porém esse raciocínio está incorreto. Vejamos um exemplo nos dias atuais: Um rapaz muito magro, de família magra e esposa com mesmo biotipo começa malhar muito, tomar suplemento alimentar e fica muito musculoso. Seu filho então nasce musculoso também. Este raciocínio foi chamado por Lamarck de Lei da herança dos caracteres adquiridos.


Evolução, Charles Darwin e Seleção Natural
Charles Darwin, em sua viagem pelas Ilhas Galápagos, estudou o comportamento de algumas espécies durante gerações. Observou que algumas espécies evoluíam de outras e que os animais mais preparados para enfrentar condições adversas de temperatura, etc. sobreviviam e conseguiam passar suas características para os descendentes.

Observou também que isso se assemelha com a seleção artificial que seres humanos fazem com raças de cachorros, cruzando os mais bonitos, mais fortes e mais saudáveis para produzirem filhotes mais bonitos.
Esse estudo, onde os mais aptos sobreviviam e passavam seus genes para os descendentes foi chamado de Lei da Seleção Natural.

A seleção natural não é causada pelo sucesso reprodutivo do mais apto, a seleção é sobrevivência e reprodução diferenciais. Ou seja, o sucesso reprodutivo é daquele que conseguiu sobreviver e deixou o maior número de descendentes viáveis. O sucesso reprodutivo depende da sobrevivência, e a prole também precisa sobreviver e deixar descendentes. Quanto mais cedo um indivíduo morre, menos descendentes ele deixa.



Neodarwinismo


Nesta teoria, e evolução é o resultado de um conjunto de fatores, que atuam na composição de uma população:

Mutação


É qualquer modificação na característica de uma espécie. As mutações podem 
ocorrer nas células somáticas e nas células germinativas, e esta pode ser passada para os descendentes. A mutação aumenta a variabilidade genética de uma população.

Fluxo Gênico


Os alelos podem ser introduzidos em uma população através dos indivíduos migrantes, o que tende a aumentar a variabilidade genética da população.

Seleção Natural


Existem três tipos de seleção:
  1. Estabilizadora ou normatizadora: Seleção na qual os indivíduos com genótipo para características extremas são eliminados da população. Por exemplo indivíduos muito grandes e indivíduos muito pequenos.
  2. Direcional: Quando uma característica é favorecida, em detrimento de outra, ou seja, um tipo de fenótipo, à direita ou à esquerda da média é favorecido.
  3. Disruptiva: Quando os fenótipos à esquerda e à direta da média são favorecidos, formando grupos distintos.

Deriva Genética


Quando uma população é muito pequena, o efeito da deriva genética é muito grande. A tendência da deriva genética é diminuir a variação dos genótipos, podendo até excluir um gene da população.








quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Educação complexa para uma nova política de civilização

“A natureza da prática educativa, a sua necessária diretividade, os objetivos, os sonhos que se perseguem na prática não permitem que ela seja neutra, mas política sempre. É a isto que eu chamo de politicidade da educação, isto é, a qualidade que tem a educação de ser política. A questão que se coloca é saber que política é essa, a favor de quê e de quem, contra o quê e contra quem se realiza”. 

https://www.ebiografia.com/michel_foucault/link
(...)
Uma educação complexa tem o papel de propiciar a reflexão e a ação de resgatar a nossa essência e a nossa humanidade, acenando com novas perspectivas de resistência, emancipação e felicidade. Foucault (2005) nos ensina que para toda manifestação de poder se impõe uma forma de resistência. Morin (2005) reforça a esperança numa ética de resistência. E Guattari (1990, p. 56) também aposta no salto transformador, a partir dos pequenos movimentos, que resistem por expulsarem o pessimismo e a passividade: “Assim, toda uma catálise da retomada de confiança da humanidade em si mesma está para ser forjada passo a passo e, às vezes, a partir dos meios os mais minúsculos”.

Essas proposições ético-políticas não se ocupam em decifrar os desafios de nosso devir, mas em resignificar a vida presente e transitória, a partir da transformação do olhar de novas formas de pensar e de agir, que partam da linearidade em direção à complexidade, por meio de um olhar multidirecional. Para isso, é preciso conviver com a transitoriedade e com a incerteza, aceitando a imprevisibilidade como possibilidade real. Isso não é fácil. É um desafio constante e uma sofrida e necessária aprendizagem que podemos enfrentar com coragem, perseverança e ousadia. O enfrentamento já é a própria 
ousadia que pressupõe reflexão e auto-crítica perenes na busca de sentido. A crise é válida porque renova a esperança da possibilidade criadora e criativa dos seres humanos. 
A problematização que nos estimula a agir e a produzir conhecimentos surge da indignação, do espanto e do encantamento diante dos conflitos da existência que, desde que contextualizados, podem ser compreendidos de maneira saudável em suas multiplicidades complexas. 
Trata-se de aprender a condição humana por meio das articulações entre unidade e diversidade intrínsecas aos seres, considerando as inter-relações dos conhecimentos dispersos em disciplinas ou áreas estanques como ciências naturais, humanas, filosofia, arte, religião. Tais conhecimentos serão pertinentes se puderem constituir-se a partir de relações mútuas e influências recíprocas e complementares entre as partes e o todo complexo. O pensamento complexo nos possibilita questionar e conhecer os próprios modos de conhecer, como também nos permite melhor situá-los nas instituições educacionais. 
Um tipo de pensamento, oriundo de uma epistemologia complexa, que se propõe a unir e não separar os diferentes aspectos do conhecimento questiona a fragmentação e as insuficiências das especializações como soluções unívocas. Propõe religações e solidariedade na conjugação da ciência com as culturas, das artes e a filosofia, para a construção de uma educação cidadã, comprometida com a formação de sujeitos planetários, éticos e mais felizes. 
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