quinta-feira, 7 de julho de 2016

Fotografia na Aprendizagem I




Fotografia é a memória que se concretiza num suporte material. Essa relação indefinível, entre essas temporalidades – o presente e o passado – nas imagens registradas no passado que são trazidas ao presente, ilustra de maneira complementar o funcionamento do aparelho psíquico (DUBOIS, 1993).







Segundo o autor, uma fotografia sempre esconde mil imagens atrás dela, sob ela ou à sua volta. É um recorte idealizado e realizado pelo enquadramento dado, que imprime e esconde imagens do real. No entanto, a relação amorosa que temos com a fotografia emerge em grande medida desde sua origem, devido à vontade, ao desejo humano de conservar traços de uma presença que irá desaparecer com o tempo, é o “[...] trabalho sobre a temporalidade e o jogo complexo entre a duração e o instante, a presença marcada, numa das versões, do autorretrato, com suas impossibilidades e seus paradoxos enunciativos [...]” (DUBOIS, 1993, p. 139), que vai estar presente no ato de olhar para uma foto e que marca profundamente nossa relação com a imagem fotográfica.

(...) A fotografia age univocamente, invocando-nos a participar da mensagem-imagem com apelos que transcendem o consciente lido e racionalizado, pois traz à tona elementos registrados no nosso inconsciente que emergem como fragmentos, como ruínas de um tempo perdido. Ela superdimensiona a dimensão conotativa do objeto, de sua representação no contexto cultural e afetivo do sujeito. 





Conforme nos coloca Alegre (1998, p. 76), 
[...] o estudo da imagem é fundamental para o entendimento dos múltiplos pontos de vista que os homens constroem a respeito de si mesmos e dos outros, de seus comportamentos, seus pensamentos, seus sentimentos e suas emoções em diferentes experiências de tempo e espaço.

Entretanto, a autora adverte que a imagem, pelo seu caráter polissêmico, exige uma análise não só na sua dimensão histórica e sociológica, mas também semiológica, ou seja, na dimensão cognitiva da imagem.

Funções da Fotografia:

1. Uma foto pode assumir ou ser feita com uma função histórica ou documental. Por exemplo, as fotos antigas de cidades, casas e pessoas, atualmente podem ser utilizadas para analisar o contexto arquitetônico de um determinado período e região.


[...] o estudo da imagem é fundamental para o entendimento dos múltiplos pontos de vista que os homens constroem a respeito de si mesmos e dos outros, de seus comportamentos, seus pensamentos, seus sentimentos e suas emoções em diferentes experiências de tempo e espaço. Entretanto, a autora adverte que a imagem, pelo seu caráter polissêmico, exige uma análise não só na sua dimensão histórica e sociológica, mas também semiológica, ou seja, na dimensão cognitiva da imagem.  Alegre (1998, p. 76).

2. Uma foto também pode assumir uma função de registro do cotidiano – aquelas produzidas sobre fatos sociais, ambientais –, para servir como suporte às matérias jornalísticas. Essas imagens são chamadas de fotojornalísticas e, normalmente, são produzidas por fotógrafos especializados, que adquirem um olhar sobre a realidade que lhes permite registrar os fatos no  instante em que ocorrem.
Imagem fotojornalística usada em publicidade da Benetton.




As fotografias podem ser também do tipo artísticas, cuja função é a de apreciação artística. A fotografia artística se consolidou, atualmente, como um ramo da fotografia, com alguns fotógrafos que são artistas da imagem. Uma foto-arte possui o mesmo status que uma pintura ou escultura, existem exposições de fotografias em galerias de arte produzidas por fotógrafos que se especializaram nessa modalidade.

Um exemplo de fotógrafo que possui sua obra divulgada em vários países é Sebastião Salgado. Seu estilo fotográfico é reconhecidamente forte, em função do apelo emocional e crítico que possuem suas imagens – são fortes. 






Outro tipo é a foto cuja função é a publicidade, aquela produzida em estúdios fotográficos, ou mesmo externamente, mas com todo cuidado técnico para dar publicidade a algum produto. As fotos de moda também se encontram nessa categoria.




Aspectos Técnicos da Produção Fotográfica

Independente da função e do tipo da fotografia, existem cuidados para que se obtenha uma boa foto. A técnica para produção de uma imagem prende-se, basicamente, em três itens:

 Enquadramento, plano e ângulo. 


Outros elementos também são considerados, por exemplo, uma imagem com a fusão de fundo é desagradável e pode roubar a atenção do centro de interesse. Fusões de fundo são objetos ou linhas que estão excessivamente juntas ao assunto principal. 




O ideal é simplificar as fotos e reforçar o centro de interesse selecionando fundos simples, evitando assuntos não relacionados com o assunto principal.
Toda fotografia é um recorte da realidade definido pelo enquadramento, que é o recorte que será dado ao real, uma escolha entre o que ficará dentro do quadro da imagem e o que ficará fora. 

Um exemplo de falta de enquadramento
é quando tiramos uma foto
em que a cabeça ou os pés são cortados. 

É importante analisar os objetos que serão fotografados pelo visor ou lente da máquina para que se consiga um bom enquadramento.
Além do enquadramento, a composição também define o recorte a ser dado. 

1.Composição Diagonal

Na composição diagonal, propositalmente cria-se no leitor
uma sensação de desequilíbrio,
pois a impressão é de que o objeto vai cair.

2.Composição Central
Nessa foto, pode-se ver que o objeto ocupa toda a imagem, 
portanto o enquadramento centralizado é o mais indicado.
3.Composição Horizontal
Nessa foto, todos os objetos possuem uma direção mais horizontalizada
4.Composição Vertical
Um exemplo de composição vertical é o de fotos de pessoas.
O sentido de um corpo humano é vertical.
 O segredo é tirar a foto no sentido vertical
Planos

Pode-se utilizar o plano de duas formas:

a) Aproximando-se 



ou distanciando-se fisicamente do objeto 



b) utilizando os recursos de zoom da máquina, 
que permite que os objetos sejam fotografados com planos distintos.
ara que uma imagem possua um forte apelo emotivo e visual, é importante respeitar  “regra dos terços”.



Essa regra diz que quando se quer dar relevância a certos objetos numa imagem, deve-se colocá-lo ocupando a região compreendida entre os dois terços inferiores direito ou esquerdo da imagem, nunca na parte superior e menos ainda na parte central. Assim, a leitura respeitará as zonas de atenção que ficam entre os dois terços abaixo e à direita da imagem.