terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O que é ser trans: entrevista com Helena Vieira

Significado de Homofobia

Homofobia significa aversão irreprimívelrepugnânciamedo, ódiopreconceito que algumas pessoas, ou grupos nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais.
Em alguns casos, aqueles que guardam estes sentimentos não definiram completamente a sua identidade sexual, gerando dúvidas e revolta, que são transferidas para aqueles que já aceitaram as suas preferências sexuais.
Etimologicamente, a palavra "homofobia" é composta por dois termos distintos: homo, o prefixo de homossexual; e o grego phobos, que significa "medo", "aversão" ou "fobia". O indivíduo que pratica a homofobia é chamado de homofóbico
A homofobia pode ter causas culturais e religiosas. Por exemplo, alguns católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, e fundamentalistas assumem tendências homofóbicas. Apesar disso, mesmo entre estes grupos existem aqueles que defendem e apoiam os direitos dos homossexuais, lésbicas e simpatizantes. No entanto, em pleno século XXI, alguns países aplicam até mesmo pena de morte como condenação para quem é homossexual.
Saiba mais sobre o significado de Identidade de gênero.
Em muitos casos, a homofobia parte do próprio homossexual, porque ele está em um processo de negação de sua sexualidade e chega muitas vezes até a casar e constituir uma família, e pode até jamais assumir sua preferência.
Alguns movimentos contra os homossexuais são realizados em código pelo mundo inteiro pelos preconceituosos, como assovios, cantos, e bater de palmas. A homofobia é considerada uma forma de intolerância, assim como o racismo, o antissemitismo e outras formas que negam a humanidade e dignidade a estas pessoas. Desde 1991, a Anistia Internacional, passou a considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação aos direitos humanos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 17 de maio como o Dia Internacional contra a Homofobia (International Day Against Homophobia), comemorando a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Entre 1948 e 1990, a homossexualidade (chamado de "homossexualismo") era considerada um transtorno mental. 

Lei contra Homofobia

No Brasil, a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo foi reconhecida legalmente pelo Supremo Tribunal Federal desde maio de 2011. 
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça - CNJ aprovou e regulamentou o casamento civil gay no Brasil. Atualmente, casais homossexuais possuem os mesmos direitos e deveres que um casal heterossexual no país, podendo se casar em qualquer cartório brasileiro, mudar o sobrenome e participação na herança do cônjuge. O cartório que se negar a realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser alvo de punição. 
Os casais que já possuíam a união estável também podem alterar o status para casamento civil. 
O Projeto de Lei da Câmara nº 122/06 (também conhecido como PLC 122) visa alterar a lei 7.716, criminalizando a discriminação motivada unicamente na orientação sexual ou na identidade de gênero da pessoa discriminada. Se essa alteração for aprovada, a Lei do Racismo sofrerá uma alteração, passando a incluir esse tipo de discriminação no parâmetro legal de racismo, que nos dias de hoje contempla discriminação pela etnia, cor da pele, religião ou origem nacional.

Homofobia é crime?

Apesar da Constituição Brasileira não citar especificamente a homofobia como um crime, o artigo 3º, item IV indica que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."
Assim sendo, a homofobia pode ser contemplada como uma outra forma de discriminação, podendo ser classificada como um crime de ódio, passível de punição.


FONTE:
https://www.significados.com.br/homofobia/


Significado de LGBT

O que é LGBT:

LGBT (ou LGBTTT) é a sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, que consistem em diferentes tipos de orientações sexuais. 
Bandeira LGBTA sigla LGBT também é utilizada como nome de um movimento que luta pelos direitos dos homossexuais e, principalmente, contra a homofobia.
Inicialmente, o movimento era conhecido apenas por GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), porém houve um grande crescimento e as pessoas começaram a questionar as diferentes ramificações e identidades, fazendo com que o movimento adquirisse outros tipos de orientações sexuais.
Aliás, o termo foi oficialmente alterado de GLS para LGBT em uma Conferência Nacional, realizada em Brasília, no ano de 2008.
Infelizmente, o movimento LGBT ainda é carregado de preconceito e conotações pejorativas, principalmente por núcleos mais conversadores da sociedade e religiosos.
De acordo com estas pessoas, as participações dos homossexuais nas paradas do orgulho LGBT são exageradas e despropositadas.
Por outro lado, os organizadores destes eventos dizem ser a Parada Gay (como ficou popularmente conhecida), um espaço de visibilidade do homossexual, que é marginalizado na sociedade e deseja unicamente ter os mesmos direitos que os heterossexuais (como o casamento de pessoas do mesmo sexo e a adoção, por exemplo).
Parada do Orgulho LGBT também tem o objetivo de conscientizar as pessoas da diversidade que uma sociedade e construída, devendo todos saber respeitar as diferenças.
Existem diversas ONG’s (Organizações Não-Governamentais) que trabalham em prol do movimento LGBT, para conscientizar a população e também os próprios membros, desde suporte para pessoas que enfrentam discriminação até conselhos sobre cuidados básicos contra doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo.
Fonte:
https://www.significados.com.br/lgbt/


Significado de Pansexual


Pansexual é o indivíduo que aprecia e é atraído por todos os tipos de gêneros sexuais.
Os pansexuais não se limitam apenas ao gênero masculino ou feminino, mas são interessados em todos os diferentes tipos de sexualidades, como por exemplo os trangêneros (indivíduos que nascem com um sexo, mas se identificam com o aposto) ou os intersexuais (pessoas que se identificam com os dois gêneros: masculino e feminino).
Em suma, os pansexuais gostam de todos os gêneros sexuais existentes, sem distinção e não se limitando a binária de gênero homem – mulher.
Etimologicamente, o termo “pansexual” se originou a partir do prefixo grego “pan”, que significada “tudo” ou “todos”. Neste caso, seriam todos os tipos de gêneros sexuais.
Existe uma ideia equivocada de que os pansexuais sentem atração sexual por qualquer tipo de ser vivo, incluindo animais e plantas. No entanto, a definição de pansexualidade se limita apenas na diversidade de gênero sexual dos seres humanos, nada além disso.

Pansexualidade e Bissexualidade

Ao contrário dos bissexuais, que sentem atração unicamente por pessoas do sexo masculino e feminino, os pansexuais vão muito além, pois não entendem o gênero como dois “blocos rígidos” (masculino e feminino), mas sim como uma “corrente fluída” e mais complexa.
Normalmente, as pessoas transgêneras ou intersexuais são as mais propensas a entenderem e se assumirem como pansexuais, pois possuem um entendimento mais íntimo sobre os diferentes níveis que existem entre o masculino e o feminino.
No entanto, obvialmente, a pansexualidade não é exclusiva dos trans ou dos intersexuais. Os chamados cisgêneros, ou seja, todos os que não são transgênero, também podem se identificar como pansexuais.
Assim como a homossexualidade e a heterossexualidade, a pansexualidade se restringe aos interesses em gêneros humanos, excluindo deste conjunto os comportamentos ou práticas sexuais.
Isso significa que ser pansexual não é sinônimo de determinados comportamentos sexuais, como o incesto, a necrofilia, a pedofilia e etc.

Fonte:
https://www.significados.com.br/pansexual/

domingo, 10 de dezembro de 2017

BLADE RUNNER 2049 - "2036: Nexus Dawn" (Legendado em Pt-Br)



Blade Runner, de Ridley Scott, baseado em um instigante romance de Philip K. Dick. A história é conhecida: o policial Deckard é um “caçador de andróides”, responsável por perseguir e eliminar máquinas que fugiram de controle. Os andróides são denominados como “replicantes”, na medida em que replicam – repetem – as formas e funções humanas para realizar tarefas perigosas ou estafantes. Mas a tecnologia é tão boa que, de tanto repetir a forma humana, gera a diferença: andróides da série Nexus 5 são tão perfeitamente humanos que sentem emoções e têm sua individualidade, personalidade própria. A “certeza de si” é dada pelo implante de memórias de uma infância e de uma família que eles não tiverem. Mas, para que não fujam ao controle, tornando-se talvez além-homens, mais humanos que os próprios humanos, são programados para morrer em cinco anos. Acontece que um grupo deles descobre isto e sai em busca de seu criador, para garantir a continuidade da vida. Nada mais humano. Os replicantes não são representações; são o outro, embora aparentemente iguais. Ou seja, os replicantes, repetições da forma humana, são a própria diferença, este outro que nos apavora e que pode ser qualquer um a nossa volta. Aí entra Deckard, o “caçador”, para eliminá-los. A tensão da história é dada pelo fato de que ele se apaixona por Rachel, uma replicante que ele quase não consegue identificar, e pelo fato de que ele próprio já não sabe se é, de fato, humano, ou também um replicante. 

 A questão que se impõe: como conviver com este absoluto outro que, aparentemente é o mesmo, mas que não pode ser reduzido ao mesmo?

FONTE:

Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença 

Sílvio Gallo* (* Professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pesquisador do CNPq. Coordenador do DiS – Grupo de Estudos e Pesquisas Diferenças e Subjetividades em Educação – FE-Unicamp.  )

Moska - Eu Falso Da Minha Vida o Que Eu Quiser

Gilles Deleuze nasceu em 18 de janeiro de 1925 e é considerado um dos maiores filósofos do século passado. Filho de uma família de classe média, passou a maior parte de sua vida em Paris (não gostava de viajar). Deleuze estudou filosofia na Universidade de Sorbonne, Paris, entre 1944 a 1948. Durante sua vida toda foi professor, primeiro em liceus (até 1957) e depois em universidades como Lyon, Paris VIII e Vicennes.
É bem difícil escrever sobre a vida de Deleuze. Ele era muito reservado, não deixou nenhuma auto-biografia, não gostava de dar entrevistas. Considerava suas obras muito mais importantes que sua vida particular. Apesar de tudo, era uma personagem muito excêntrica, com unhas compridas e um jeito  bem particular de agir e falar (por exemplo, um período de sua vida em que sempre usava chapéu).


Deleuze com seu filho Julian 
Sua obra pode ser separada em duas categorias: livros de conceitos (como “Diferença e Repetição” e “Lógica do Sentido”, ambos obras primas) e livros de história da filosofia. Apesar de ser considerado um grande historiador de filosofia, sua abordagem é diferente dos seus companheiros, Deleuze mesmo dizia que “fazia um filho pelas costas” de cada pensador que estudava. Sua intenção não é encontrar o “verdadeiro” Nietzsche ou Espinosa. Não, na verdade, os pensamentos dos filósofos que estuda são usados como ferramentas para pensar o presente e por isso reinventa os filósofos sobre os quais admira e escreve: Hume, Bergson, Espinosa, Nietzsche, Leibniz, Kant.

Deleuze e Guattari
Outra questão muito importante foi a sua obra em conjunto com Félix Guattari, cujo encontro aconteceu em 1969. Anti-Édipo (1972) e Mil-Platôs (1980) podem ser consideradas suas obras mais importantes, ambas com o subtítulo “Capitalismo e Esquizofrenia”. Grande parte das resenhas e conceitos abordados neste blog se situam neste território (ou seria 
platô?) 
da crítica ao psicanalismo
Sua obra à quatro-mãos é de extrema importância para o pensamento moderno, principalmente após maio de 68.

Deleuze lecionou na universidade de Vincennes até 1987 e é conhecido por ter sido um grande professor. Seus cursos eram célebres e frequentados por uma enorme quantidade de estudantes não matriculados que queriam conhecer o mestre dando aula (até mesmo estrangeiros que consideravam as aulas de Deleuze um importante ponto turístico para visitar e conhecer). Também ficou conhecido por desenvolver um filosofia da imanência e do desejo, muitas vezes associada ao pós-estruturalismo.

Desde cedo o filósofo sofria de problemas respiratórios e desenvolveu uma tuberculose em 1968. No fim de sua vida Deleuze diminuíra suas atividades acadêmicas. Seus pulmões estavam muito debilitados. Desde 1992 eles funcionavam com apenas um terço de sua capacidade, em 1995 Deleuze só respirava com ajuda de aparelhos. Então, em 4 de novembro do mesmo ano, Deleuze jogou-se da janela de seu apartamento em Paris, deixando dois livros inacabados. Muitos estudiosos da obra de Deleuze consideram seu suicídio condizente com o pensamento que desenvolveu em vida, Deleuze se mata quando seus órgãos não permitiam mais a vida passar em toda sua intensidade, seu ato final foi uma afirmação de um corpo que estava quase morto. Uma vida que pediu passagem, para fluir em outras direções.
Veja aqui todos os textos relacionados com Deleuze em nossa página
– Textos sobre Deleuze publicados pela Razão Inadequada:


Deleuze e Fanny, sua mulher, foto de 1969




FONTE:
https://razaoinadequada.com/filosofos-essenciais/deleuze/



sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Jan Amos Comenius

Comenius, mestre, cientista, escritor e integrante da classe eclesiástica, nasceu no dia 28 de março de 1592, no município de Nivnitz, na Morávia, região localizada na Europa central, atualmente território da República Checa. Ele foi educado em um núcleo familiar protestante, no interior da igreja dos Irmãos Morávios, que adotava a linha de Jan Huss, dentro de um padrão de estrita humildade, singeleza e princípios inflexíveis e devotos.

Esta formação espiritual marcou decisivamente a mente de Comenius e o inclinou a seguir a vocação teológica. Ao completar 12 anos ele viu sua família deixar a vida; órfão, conheceu a educação desprovida de afeto, a rigidez do sistema escolar, com a imagem terrível do professor despótico, as lições pretensamente dogmáticas, dotadas de uma verdade absoluta, as temidas palmatórias e a característica severidade. O garoto recebe, neste ambiente lúgubre, tão somente os rudimentos da arte de ler, escrever e contar.


Estes elementos compõem a infância e a juventude de Comenius, e é justamente a forma como eles marcam seu espírito que o levam a desenvolver os alicerces do que ele considera a Didática Moderna, sistematizada em sua obra principal Didática Magna. O escritor se converte, então, no primeiro educador ocidental a privilegiar a interação entre os pólos instrução/aprendizagem, do ponto de vista das distinções entre estes princípios. Sua teoria era, sem dúvida, inovadora para a época, o século XVII.

A fatalidade parecia perseguir este pensador; convertido, aos 26 anos, em pastor da Igreja que sempre freqüentou, passou a residir em Fulnek, capital moraviana. Nesta região, assolada pela Guerra dos Trinta Anos, ele contraiu matrimônio e teve filhos, mas novamente testemunhou seus familiares serem levados pela morte em uma epidemia que devastou a cidade, após a invasão da Espanha, em 1621. Além de tudo, Comenius também se viu despojado de seus livros e textos.

Segue para a Polônia em 1628, exilando-se dos assédios da intolerância religiosa. Aí o educador elabora panfletos de natureza religiosa, estimulando seus companheiros de fé. Sua popularidade se acentua e Comenius conquista seguidores de suas ideias na Inglaterra; na Suécia ele trava contato com o filósofo René Descartes.

Sua educação foi consumada na Universidade Calvinista de Herbron, na Alemanha, onde ele se graduou em Teologia e consolidou seus conhecimentos culturais; sua formação foi complementada na Universidade de Heidelberg. A metodologia didática do autor foi exposta em uma doutrina de teor filosófico denominada pansophia; os princípios contidos neste corpo doutrinário inspiraram as principais modificações na esfera da educação e o pensamento dos principais teóricos da história desta disciplina.

Seu sistema de ensino reafirma a igualdade de direito de todos os indivíduos no que tange ao acesso à esfera do conhecimento. Ele propõe a educação concreta e persistente; uma pedagogia veloz, econômica e sem esforço excessivo; a instrução com base na vivência cotidiana de cada um; o saber científico e artístico integral; o ensino congregado em um todo.

A atuação principal de Comenius se concentrou em Amsterdã, cidade na qual ele permaneceu até sua morte, precedida pela fama em todo o continente europeu; entre seus discípulos encontram-se Jean-Jacques Rousseau, John Locke e J. H. Pestalozzi. Em 1649 ele contrai novo matrimônio. O educador encontra a morte no dia 15 de novembro de 1670, combatendo até o final a intolerância. Ele foi sepultado em Naarden, e em seu sepulcro foi erguido um mausoléu. Seus ideais permitiram o surgimento, 300 anos depois, de um órgão como a UNESCO.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comenius
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2391.html
Arquivado em: Biografias

https://www.infoescola.com/biografias/jan-amos-comenius/





A Pedagogia de Comenius

Jan Amos Comenius foi uma significativa liderança religiosa no contexto em que viveu, de 1592 a 1670. Ele era devotado seguidor de Jan Huss e, predecessor do filósofo Jean Jacques Rousseau, foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito "Ensinar tudo a todos", o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no seu desempenho na esfera terrena, como criador de sua trajetória.

Este educador tinha como principal meta trazer o ser para perto do Criador, transformando os indivíduos em cristãos exemplares, dotados do poder de exercitar suas virtudes potenciais, que devem irradiar na direção de todos, independente do status econômico, de gênero ou de condições físicas e mentais. Para ele, a didática podia ser definida como a prática de educar e também enquanto ofício de ensinar.

Dotado de um humanismo ímpar e de uma visão globalizante, Comenius era atraído por todas as esferas do conhecimento; assim, sonhava em construir uma pansofia, ou seja, uma sabedoria que abrangesse a totalidade. Ele acreditava, portanto, que o saber verdadeiro deveria incorporar a filosofia orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas e a religião, se realmente aspirasse a edificar a humanidade.

Comenius defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando, para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.

Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida eterna porque, como ele acreditava, ele era espírito destinado à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir além dos desejos e ideais materiais. Daí a necessidade vital de buscar não somente bens terrenos, mas acima de tudo a sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador.

Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado pelos sentidos, pois é através deles que se percebe os estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real; assim, as percepções sensoriais seriam impressas no interior do ser e, depois, analisadas pelos instrumentos racionais.

Os fundamentos de sua didática são o entendimento, a conservação e a práxis; por meio deles o indivíduo atinge três qualidades elementares – a aquisição de vastos conhecimentos, virtudes e religiosidade, que estão intimamente vinculadas aos dons do intelecto, da vontade e da memória.

O educador crê que todas as pessoas são igualmente portadoras de uma condição humana, embora manifestem inteligências distintas, para ele produtos de um grau elevado ou de uma carência de harmonia própria; por essa razão as mentes devem ser moldadas logo cedo, para que os intelectos se desenvolvam sem tantas discrepâncias.

A doutrina pedagógica de Comenius convida a mente racional a adotar diante do Cosmos uma postura inquiridora e inclusiva de todas as esferas do conhecimento. Sua obra, fruto de intensos diálogos com filósofos como Bacon e Descartes, visa contribuir para que o Homem, desde a infância, passando pela juventude, complete sua evolução rumo à perfeição espiritual e intelectual.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comenius
Dora Incontri. A Educação segundo o Espiritismo. Editora Comenius, Bragança Paulista, São Paulo, 2008, pp. 89-90.

https://www.infoescola.com/educacao/a-pedagogia-de-comenius/


Arquivado em: Educação, Pedagogia

Eu sou trezentos... Mário de Andrade

Eu sou trezentos... Mário de Andrade

(7-VI-1929)

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinqüenta, As sensações renascem de si mesmas sem repouso, Ôh espelhos, ôh! Pireneus! ôh caiçaras! Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as melhores palavras, E os suspiros que dou são violinos alheios; Eu piso a terra como quem descobre a furto Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinqüenta, Mas um dia afinal eu toparei comigo... Tenhamos paciência, andorinhas curtas, Só o esquecimento é que condensa, E então minha alma servirá de abrigo.