quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Método Empírico



O empirismo é a posição filosófica que aceita a experiência como base para a análise da natureza, procurando rejeitar as doutrinas dogmáticas. Usado pela primeira vez pela Escola Empírica, uma escola de praticantes da medicina na antiga Grécia, o termo empirismo deriva da palavra grega empeiría (ἐμπειρία), que designa conhecimento ou habilidade obtida por meio da prática, sendo também a origem da palavra "experiência", por intermédio do termo latino "experientia".

Empiristas defendem que o conhecimento é primariamente obtido pela experiência sensorial, alguns empiristas radicais vão além afirmando que o conhecimento só é obtido pela experiência sensorial e por nenhuma outra forma.

A posição empirista é frequentemente contrastada com o racionalismo, que estabelece a razão como origem do conhecimento, independente dos sentidos. O conceito e a busca de evidências como fonte primária de conhecimento existiu durante toda a história da filosofia e ciência, desde a Grécia antiga, mas foi com o surgimento do chamado Empirismo Britânico, no século XVII, que consolidou-se como uma posição filosófica especifica, sendo o filósofo John Locke considerado o fundador do empirismo como tal.


Os principais filósofos do Empirismo Britânico foram John Locke, George Berkeley e David Hume.


Locke, por ser empirista, parte da experiência. 
Assim, ele sustenta que as ideias não são inatas, são adquiridas. 
Deste modo, uma criança não nasce sabendo, ...

Locke é famoso por sua comparação da mente humana com uma folha em branco, tabula rasa, na qual as experiências derivadas das impressões dos sentidos são impressas. Desta forma, haveriam duas formas de surgimento de ideias, pela sensação e pela reflexão, com ideias podendo ser simples ou complexas.

As ideias simples não são passíveis de análise, sendo referentes as qualidades primárias e secundárias dos objetos. Sendo as primárias aquelas que definem o que o objeto é essencialmente, por exemplo, uma mesa tem como qualidade primária o arranjo especifico de sua estrutura atômica, qualquer outro arranjo faria outro objeto e não uma mesa. As qualidades secundárias tratam das informações sensoriais acerca do objeto, definindo seus atributos (cor, sabor, espessura, etc).

Ideias complexas combinam ideias simples e constituem substancias, modos e relações. Desta forma, segundo Locke, e discordando dos racionalistas, o conhecimento humano acerca dos objetos do mundo é a percepção de ideias que estão em concordância ou discordância umas com as outras. Esta hipótese tornou-se a base da posição empirista.

Preocupado que a posição de Locke levaria ao ateísmo, Berkeley formulou a hipótese de que as coisas só existiriam na medida em que são percebidas. Para além destas, existiriam as entidades que percebem, tendo sua existência garantida mesmo sem que outro as perceba. Exagerando a alegoria da tabula rasa, Berkeley defendeu que a ordem que vemos na natureza é a escrita de Deus. Por isto, sua posição é hoje conhecida como idealismo subjetivo.

Na sequência desta discussão, o filósofo Hume moveu a posição empirista na direção do ceticismo. Para Hume, a recusa de Berkeley se daria pelo fato de que o empirismo possui implicações que não são aceitas pela maioria dos filósofos, devido a convicções pessoais.

No campo conceitual, Hume utiliza a distinção de argumentos, proposta por Locke, entre demonstrativos e prováveis e a expande, dividindo os argumentos em demonstrações, provas e probabilidades. Sendo as provas, aqueles argumentos da experiência aos quais não se pode oferecer oposição. Hume afirma ainda que a razão por si mesma não poderia fazer surgir qualquer ideia original, ao mesmo tempo em que desafia a causalidade, ao afirmar que a razão não seria capaz de concluir que a existência de uma causa seja um requisito absoluto.

Derivações posteriores incluem ainda o Empirismo Lógico, tendo como expoentes os filósofos Nelson Goodman, W. V. Quine e Hilary Putnam e Karl Popper, e o Pragmatismo, desenvolvido especialmente a partir das discussões entre Charles Sanders e William James.

http://www.infoescola.com/filosofia/empirismo/


Referências bibliográficas:

Berkeley G. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural; 1992.


Chalmers, Alan. O que é ciência afinal? Editora Brasiliense.
Hume, David. Inquiry Concerning Human Understanding, 1748.

Locke, John, An Essay Concerning Human Understanding, Kenneth P. Winkler (ed.), pp. 33–36, Hackett Publishing Company, Indianapolis, IN, 1996.

Norton, D. F. "An introduction to Hume's thought", in The Cambridge companion to Hume. Cambridge University Press, 1993.


Raciocínio indutivo

Raciocínio indutivo ou método indutivo é um tipo de raciocínio ou argumento que parte de uma premissa particular para atingir uma conclusão universal. É o processo pelo qual, dadas diversas particularidades, chegamos a uma generalização. Assim, podemos dizer que o raciocínio indutivo é um argumento no qual a conclusão tem uma abrangência maior que as premissas. O indivíduo que faz uso do método indutivo entende que as explicações para os fenômenos surgem unicamente da observação dos fatos.

Aristóteles, o antigo filósofo grego, afirma na Metafísica que Sócrates foi o primeiro a usar a indução e a dar definições. O termo grego por ele utilizado, epagogé (ἐπαγογή), é traduzido geralmente por “indução”, mas o sentido em que foi usado pelo filósofo não coincide totalmente 
com o conceito moderno.


No campo da lógica temos duas classes fundamentais de argumentos: os dedutivos e os indutivos. Os argumentos dedutivos são aqueles cujas premissas fornecem um fundamento definitivo da conclusão, enquanto nos indutivos as premissas proporcionam somente alguma fundamentação da conclusão, mas não uma fundamentação conclusiva, identificando dessa maneira os conceitos de dedução e raciocínio válido. A indução é, em geral, o oposto do método da dedução, pois parte de uma observação feita do mundo, de uma realidade, de um evento, de um fato.


O princípio de indução não trata de uma verdade lógica pura, mas de premissas para inferir uma conclusão (premissas são observações da natureza e de fatos do mundo). Há uma pretensão neste tipo de raciocínio: a conclusão de um particular fundamentado numa proposição geral, mas, como a proposição geral é fruto da observação, ela não é geral. Caso houvesse um princípio puramente lógico de indução, não haveria problema de indução, uma vez que, neste caso, todas as inferências indutivas teriam de ser tomadas como transformações lógicas ou tautológicas, exatamente como as inferências no campo da lógica dedutiva. O raciocínio indutivo parte de premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal:


O ferro conduz eletricidade / O ferro é metal // O ouro conduz eletricidade / O ouro é metal / O cobre conduz eletricidade / O cobre é metal / Logo, os metais conduzem eletricidade.

Em outro exemplo - olhando bem sua para sua pele, uma mulher de 70 anos percebeu muitas rugas e concluiu, para seu conforto, que todo homem e toda mulher nesta faixa etária têm muitas rugas.

Conclusão: Um argumento que tem como forma um raciocínio indutivo não é lógico.


http://www.infoescola.com/filosofia/raciocinio-indutivo/
Bibliografia:


Raciocínio indutivo – método indutivo e dedutivo.