quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Dificuldades de Aprendizagem (Aulas de 16 até 20)


Aula 16

Deficiência motora fina


Aula 17

Disortografia



Aula 18

Discalculia


Aula 19

TDAH





Aula 20

Causas dos transtornos de TDAH

Dificuldades de Aprendizagem (AULAS: 11 ATÉ 15)


Aula 11

Conhecendo o seu cérebro


Aula 12

Dislexia



Aula 13

Quais são as características 

da criança disléxica



Aula 14

Dificuldades de leitura e escrita






Aula 15

Disgrafia

sábado, 26 de novembro de 2016

Diagnóstico errado de déficit de atenção





Reportagem em que se destaca a importância da escola realizar um diagnóstico correto com relação às dificuldades de aprendizagem, tomando o devido cuidado para não patologizar, ou seja, diagnosticar processo de aprender (que pode conter dificuldades, obviamente) como uma dificuldade real. O vídeo é fundamental para relembrar ao professor a necessidade de um trabalho sério e fundamentado, mesmo quando for encaminhar um aluno para tratamento de dificuldades para aprender

Como diminuir as dificuldades de crianças com dislexia

Esse vídeo retrata uma escola brasileira que possui crianças com dislexia estudando com alunos que não apresentam o problema. O vídeo dá dicas de como o professor pode trabalhar com as crianças disléxicas junto com outras crianças em sala de aula. É de suma importância para o trabalho do professor. 


Dislexia

O vídeo fala sobre o nascimento da Associação Brasileira de Dislexia, da dificuldade de se entender esse distúrbio e da função educativa e social que a referida associação presta a quem a procura. informa acerca da prestação de serviços da associação e auxilia o professor a pedir ajuda quando tiver alunos com os sintomas específicos de dislexia.


DISLEXIA NO FANTÁSTICO

Reportagem sobre dislexia, explicando de forma clara e coesa quais as implicações da dislexia sobre a vida das pessoas. Apresenta relatos de pessoas disléxicas e de como o diagnóstico correto mudou para melhor a vida delas. Ressalta a necessidade de o professor conhecer as características desse distúrbio para poder ajudar seu aluno. 


Funcionamento do Cérebro Humano

Explicação dada pelo Dr. Santino, médico neurologista brasileiro, sobre o funcionamento do cérebro humano. O médico explica com detalhes onde se encontram as áreas de funcionamento de cada uma das funções necessárias à aprendizagem. De forma muito didática, é possível ter uma noção de como a aprendizagem acontece dentro do cérebro humano. 


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Dislexia - Aprender com as Diferenças




Definições:

DIS – distúrbio
LEXIA - (do latim) leitura; (do grego) linguagem
DISLEXIA - dificuldades na leitura e escrita



A definição mais usada na atualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz:
"Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar."
A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.

Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso. Não podemos considerar como "comprometimento" sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação à dominância cerebral.

"A DISLEXIA é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência."

"A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um distúrbio. Refere a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem."

"A DISLEXIA é um transtorno, uma perturbação, uma dificuldade estável, isto é duradoura ou parcial e, portanto, temporária, do processo de leitura que se manifesta na insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem.”

"A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos lingüísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1."

 "A DISLEXIA é caracterizada por dificuldades na leitura, escrita (ortografia e semântica), matemática (geometria, cálculo), atraso na aquisição da linguagem, comprometimento da discriminação visual e auditiva e da memória seqüencial.”

Etiologia:

A rigor, não há nenhuma segurança em afirmar uma ou outra etiologia para a causa da dislexia, mas há algumas situações que foram descartadas:

Em hipótese alguma o disléxico tem comprometimento intelectual. Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, o ser humano possui habilidades cognitivas: inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, existencial e pictórica. O disléxico teria sua inteligência mais predisposta à inteligência corporal-cinestésica, musical, espacial.

Quanto ao emocional, é preciso avaliar muito bem. Pode haver um comprometimento do emocional como conseqüência das dificuldades da dislexia, mas nunca como causa única.

criança dislexia não tem perda auditiva.

Há vários estudos:

A) Uma falha no sistema nervoso central em sua habilidade para organizar os grafemas, isto é, as letras ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras distintivas no âmbito da palavra.

B) O impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualização das palavras.

C) Diferenças entre os hemisférios e alteração (displasias e ectopias) do lado direito do cérebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominância da lateralidade invertida ou indefinida. Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição, da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais subjetivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito.

D) Inadequado processamento auditivo (consciência fonológica) da informação lingüística.

E) Implicações relação afetiva materno-filial, o que pode entravar a necessidade da linguagem, e mais tarde a aprendizagem da leitura e escrita.

Sinais encontrados em Disléxicos:

Desde a pré-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas que a criança é disléxica. Eles não são suficientes para se fechar um diagnóstico, mas vale prestar atenção:

  • Fraco desenvolvimento da atenção.

  • Falta de capacidade para brincar com outras crianças.

  • Atraso no desenvolvimento da fala e escrita.

  • Atraso no desenvolvimento visual.

  • Falta de coordenação motora.

  • Dificuldade em aprender rimas/canções.

  • Falta de interesse em livros impressos.

  • Dificuldade em acompanhar histórias.

  • Dificuldade com a memória imediata organização geral.

Dificuldades encontradas em crianças com Dislexia:

  • Dificuldade para ler orações e palavras simples.
  • A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente nos disléxicos.
  • As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial, por exemplo, “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um jogo de palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática dos léxicos de uma língua, outra coisa é, sem intencionalidade, a criança ou adulto trocar a seqüência de grafemas.
  • Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.
  • A ortografia é alterada, podendo estar ligada a chamada CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).
  • Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como são escritas. Em geral, as professoras ficam desesperadas: “como podem - pensam e reclamam - ela está vendo a forma correta e escreve exatamente o contrário?". Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertida ou simplesmente deficiente.
  • As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem, por exemplo: “gato” por “casa”.
  • Têm as crianças disléxicas dificuldades em distinguir a esquerda e a direita.
  • Alteração na seqüência das letras que formam as sílabas e as palavras.
  • Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homônimos, isto é, palavras semelhantes (seção, cessão e seção) são uma dificuldade nas crianças disléxicas.
  • Os erros na separação das palavras.
  • Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulação e sem ritmo. Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas não conseguem ter compreensão.
  • Os disléxicos têm falha na construção gramatical, especialmente na elaboração de orações complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da redação espontânea.

Tipos de Dislexia:

  • DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica (sonora ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções, transposições ou substituições de fonemas. Confundem-se os fonemas por sua semelhança Articulatória.
  • DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-especial manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida que o primeiro procedimento dos pais e educadores é levar a criança a um médico oftalmologista.
  • DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para o movimento ocular. Há uma nítida limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos mudos ao ler.

Lembre-se em observar:

  • Alterações de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
  • As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
  • As crianças disléxicas, ainda segundo o professor, apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como "b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". Ocorre também com os números 6;9;1;7;3;5, etc.
  • Apresenta dificuldade em realizar cálculos por se atrapalhar com a grafia numérica ou não compreende a situação problema a ser resolvida.
  • Confusões com os sinais (+) adição e (x) multiplicação.
  • A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.
  • Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, chamamos a atenção de educadores, e pais para as inversões de sílabas ou palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.

 Alfabetização do Disléxico:

O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos FALAR-OUVIR-LER-ESCREVER, são atividades da linguagem. FALAR E OUVIR são atividades com fundamentos biológicos.

O método mais adequado tem sido o fonético e montagem de ”manuais” de alfabetização apropriada à criança disléxica.

A criança aprende a usar a linguagem falada, mas isto depende do:

  • Meio ambiente compreensivo, estimulador e paciente.

  • Trato vocal.

  • Organização do cérebro.

  • Sensibilidade perceptual para falar os sons.

O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras.

Estratégias que ajudam:

Uso freqüente de material concreto:

  • Relógio digital.
  • Calculadora.
  • Gravador.
  • Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha.
  • Uso de gravuras, fotografias (a imagem é essencial para sua aprendizagem).
  • Material Cusineire / Material Dourado.
  • Folhas quadriculadas para matemática.
  • Máscara para leitura de texto.
  • Letras com várias texturas.
  • Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe.
  • Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo.
  • Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas escritas.
  • Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.
  • Revisões devem ser freqüentes e importantes.
  • Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.
  • Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.
  • Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.
  • Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa.
  • Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes tipo: estude! Precisa estudar mais! Precisa melhorar!
  • Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz.
  • Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.
  • Procure não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima.
  • Dê-lhes um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não-disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas.
  • Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas.
  • Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.

Orientação aos pais:

  • A coisa mais importante a fazer: AJUDAR A MELHORAR A AUTO-ESTIMA. Ofereça segurança, carinho, compreensão e elogie seus pequenos acertos.
  • Procurar ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista ou psicopedagogo.
  • Explique que suas dificuldades têm um nome: DISLEXIA e que você vai ajudá-lo a superá-las, mas que ele é o principal agente desta mudança.
  • Encoraje-o e encontre coisas em que se saia bem, estimulando-o nessas coisas.
  • Elogie por seus esforços, lembre-se como ele tem de esforçar-se muito para ter algum sucesso na leitura e na escrita.
  • Ajude-o nos seus trabalhos escolares, ou, em algumas lições em especial, com paciência (mas não escreva para ele, ou resolva suas tarefas de matemática).
  • Ajude-o a ser organizado.
  • Encoraje-o a ter hobbies e atividades fora da escola, como esportes, música, fotografia, desenhos, etc.
  • Observe se ele está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na habilidade dele de enfrentar suas dificuldades, de prosperar e de crescer normalmente.
  • Não permita que os problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites. Uma coisa nada tem a ver com a outra!

Marina da Silveira Rodrigues Almeida
Consultora em Educação Inclusiva
Psicóloga e Pedagoga especialista
Instituto Inclusão Brasil
inclusao.brasil@iron.com.br 
Bibliografia
  • Dislexia em questão - j. Ajuriaguerra - Ed. Artes médicas
  • Dislexia-manual de leitura corretiva - MABEL CONDEMARIN - Ed. Artes médicas
  • Associação Brasileira de Dislexia – SP Telefone: (011) 258-7568
  • Associação Nacional de Dislexia – RJ Telefone (021) 529-2461

FONTE:
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1328#


O que é Dislexia



Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e, até, geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho diferencial do aprendizado, é desafio que a Ciência vem deslindando paulatinamente, em130 anos de pesquisas. E com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia.

A complexidade do entendimento do que é Dislexia, está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e Pensamento- Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do por quê podemos encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que: "quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz. Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou com excepcional mestria, em suas pesquisas e estudos registrados, especialmente, em sua obra Inteligências Múltiplas. Insight que ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada, que o alçou à posição de um dos maiores educadores de todos os tempos.

A evolução progressiva de entendimento do que é Disléxia, resultante do trabalho cooperativo de mentes brilhantes que têm-se doado em persistentes estudos, tem marcadores claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita. Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas, como:

que Dislexia tem base neurológica, e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna Dislexia altamente hereditária, o que justifica que se repita nas mesmas famílias;


que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus "dons" como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimenões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas;

que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Dentre estes, há um grande exemplo brasileiro que, embora somente com sua autorização pessoal poderíamos declinar o seu nome, ele que é uma de nossas mentes mais brilhantes e criativas no campo da mídia, declarou: "Não sei por que, mas quem me conhece também sabe que não tenho domínio motor que me dê a capacidade de, por exemplo, apertar um simples parafuso";

que, com a conquista científica de uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em Dislexia, pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente, uma significativa descoberta neurofisiológica, que justifica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura;

que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã, "... É como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico".

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.

Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado. 

Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados.

Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.

Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinqüentes nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente.

O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da Harvard Medical School; professor de Psicologia do MIT - Massachussets Institute of Tecnology; diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel Hospital, em Boston, MA, pesquisador lúcido e perseverante que assumiu a direção da pesquisa neurológica em Dislexia, após a morte do pesquisador pioneiro, o Dr. Samuel Orton, afirma que a falta de consenso no entendimento do que é Dislexia, começou a partir da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e lexia, como palavra. Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de Dislexia, que está a significação intrínsica do termo: dys, significando imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.

Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente laboriosos, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.

Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos. 

Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente...

DiSLEXiA. Disponível em: <http://www.dislexia.com.br>. Acesso em: 4 set. 2009. 



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Alícia Fernández: história, fundamentos e atuação


A história de Alicia Fernández (1) se confunde com a História da Psicopedagogia na América Latina. Sabemos que a Psicopedagogia teve sua origem na Europa, chegou à América Latina por meio da Argentina, país este que influenciou diretamente o Brasil. Alicia Fernández, ao lado de Sara Paim, Jorge Visca, dentre outros intelectuais, é um exponencial na promoção da Psicopedagogia no Brasil e em outros países, colaborando diretamente com a formação de parte dos profissionais na área de Psicopedagogia por meio de produções escritas, assessoria a instituições públicas e privadas, docência em cursos de especialização latu sensu, congressos, dentre outros.

Alicia Fernández formou-se em Psicopedagogia (2) pela Facultad de Psicopedagogía da Universidad del Salvador, Buenos Aires, Argentina. Cursou Psicologia na mesma universidade, mantendo contato com a psicanálise por meio de Pichon Rivière e Bleger. Além disso, especializou-se em Psicopedagogia Clínica e em Psicodrama. Durante sua formação inicial e continuada consolidou o referencial teórico que servirá de base para suas contribuições teóricas e práticas no campo da Psicopedagogia, a exemplo da psicanálise e do psicodrama.

O currículo profissional de Alicia Fernández é extenso, demonstrando total dedicação à Psicopedagogia e a relevância de sua atuação nesse sentido.

De 1962 a 1974, após formação inicial, trabalhou como orientadora educacional junto a populações carentes na Argentina.

Realizou trabalho de assessoria em atividades psicopedagógicas em inúmeras instituições educacionais e de saúde nos estados de São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Goiânia (Brasil) e estados de Buenos Aires, Córdoba, San Juan e Rio Negro (Argentina).

Desenvolveu experiência grupal com base psicanalítica de revisão da modalidade de aprendizagem e ensino do psicopedagogo e do educador de sala de aula.

Atuou como diretora da Escuela Psicopedagógica de Buenos Aires, uma escola de Formação em Psicopedagogia Clínica, especialização latu sensu, tendo psicólogos, médicos, pedagogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos como público alvo.

É supervisora de atividades psicopedagógicas em vários hospitais públicos e privados de Buenos Aires.

Atualmente dirige a E.Psi.B.A., que originalmente se chamava Escuela Psicopedagogica de Buenos Aires. Depois do crescimento de sua abrangência passou a se chamar Espacio Psicopedagogico Brasil Argentinae atualmente, diante de sua sua permanente expansão, passou a ser o Espacio Brasileño-Argentino-Uruguayo.

É consultora em instituições de formação na Argentina, Uruguai, Brasil, Espanha e Portugal.

Enquanto pesquisadora tem realizado investigações a respeito dos “Fatores possibilitadores da aprendizagem na população com necessidades básicas insatisfeitas, projeto aprovado pelo Ministério da Saúde e da Ação Social da Argentina. De acordo com EPSIBA (2011), investiga também sobre hiperatividade e déficit de atenção na infância e, junto a Jorge Gonçalves da Cruz, coordena a investigação “Situação Pessoa Prestando Atenção” (SPPA), uma pesquisa como o objetivo de identificar as modalidades atencionais nos contextos atuais, tendendo a gerar uma reconceitualização do conceito tradicional de “atenção” e de “hiperatividade” que propicie ferramentas de reflexão e intervenção psicopedagógicas, estendidas no campo clínico e educativo. Esta pesquisa conta com a participação, em rede, de 50 profissionais residentes em diversos países de América e Europa (3).

Conforme CEPAI (2011), Alicia Fernández iniciou suas pesquisas, “por meio do trabalho de Sara Pain, dando continuidade a partir de investigações próprias, enfatizando o trabalho com grupos de crianças e adolescentes com problemas de aprendizagem. Vem realizando importantes investigações no plano da utilização de técnicas psicodramáticas com base psicanalítica”.

Notamos que suas publicações estão intimamente ligadas a inquietações que surgiram por ocasião de sua atuação profissional, a exemplo da publicação do livro “A inteligência aprisionada”, em 1987. O mesmo foi sistematizado a partir do atendimento que Alicia Fernández realizou junto à população carente em Hospital Público na Grande Buenos Aires, quando criou e dirigiu um Centro de Aprendizagem.

Em entrevista concedida no ano de 2008 à revista Direcional educador, Alicia Fernández comentou que em “A inteligência aprisionada” apresenta: “(...) fundamentos de como a família pode ser possibilitadora ou produtora de problemas de aprendizagem dos filhos, e deste modo, estruturo um modelo de diagnóstico interdisciplinar familiar, que venho utilizando em diversos países”. (FERNÁNDEZ, 2008).

Em “A mulher escondida na professora”, a referida autora fundamenta o lugar e a importância dos professores, tanto como agentes de saúde na aprendizagem, como às vezes, - ainda que sem propor a sê-lo - desencadeadores de problemas de aprendizagem”. (FERNÁNDEZ, 2008). Conforme Marangon (2008), este livro é fruto de estudo realizado entre 1986 e 1989 com crianças e jovens menores de 14 anos, motivado pelo observação de Alicia em relação ao número de casos de dificuldades de aprendizagem que atendia em seu consultório com maior incidência entre meninos. O estudo comprovou que 70% dos casos eram do sexo masculino e uma vez constato que o fenômeno acontecia noutros países, passou-se a investigar sobre o assunto.

No Brasil, além destes livros, Alicia Fernández publicou pela editora Artes Médicas: “Os idiomas do Aprendente” e “O Saber em jogo”; Por meio da editora Vozes, “Psicopedagogia em Psicodrama – morando no Brincar”.

De acordo com EPSIBA (2011), em setembro de 2011, Alicia Fernández publicou pela Editora Artes Médicas seu mais novo livro: A capacidade de atenção, editado também em espanhol (La tencionalidad Atrapada – pela editora Nueva Visión).

Para Camargo (2008) Alicia Fernández fez-se uma referência para psicólogos, pedagogos e psicopedagogos de vários países. “(...) Suas abordagens – em livros e palestras – sobre autoria do pensamento e modalidades do conhecimento enfrentam as causas mais comuns dos traumas infantis e põem em xeque as relações entre professores, pais, instituições de ensino e poder público.

Para o referido autor, uma das contribuições relevantes de Alicia Fernández, foi apresentar a Psicopedagogia “(...) como uma disciplina com um objeto próprio: a autoria do pensamento e como um acionar dirigido a sujeitos, por ela conceitualizados como "aprendente" e "ensinante".

CEPAI (2008) aponta outra contribuição de Alicia Fernández para a Psicopedagogia ao afirmar que com uma larga experiência de trabalho com famílias, grupos e instituições de saúde e educação, a autora construiu um modelo próprio de diagnóstico psicopedagógico chamado “Diagnóstico Interdisciplinar Familiar de Aprendizagem em uma só jornada” (DIFAJ), utilizando-o em diversos hospitais públicos e privados de vários países latino-americanos.

Já para Silva (2010):
Alicia Fernandez desenvolve um conceito muito importante para a psicopedagogia, o de modalidade de aprendizagem, que é uma maneira pessoal para aproximar-se do conhecimento e para conformar seu saber. É construída desde o nascimento a partir das relações familiares e situações de aprendizagem durante a vida. (...)Desta maneira a psicopedagogia olha para o sujeito em sua individualidade, mas integrado nos grupos a que pertence (familiar, social, escolar, etc...) e busca encontrar sua pecualidade como aprendente, ou seja, a modalidade de aprendizagem que lhe é própria. O que lhe interessa são as diferenças que possibilitam compreender o indivíduo como único, apesar de poder estar inserido num determinado tipo de modalidade de aprendizagem.

Finalmente, a própria Alicia Fernández, em entrevista concedida à revista Direcional Educador, em 2008, reflete sobre o conceito de autoria do pensamento ao afirmar que:
Nós, humanos, aprendemos a partir de identificações com nossos ensinantes, e somente em um ambiente familiar, e depois, no escolar e social, que nos aceite como seres pensantes. Quero dizer, que permita e favoreça nossas perguntas, dê lugar à diferença, em síntese, que favoreça a autoria de pensamento. A inteligência se constrói, a atividade de pensamento se constrói, como também a atenção e a capacidade de se prestar atenção.

Conhecendo um pouco da história e das contribuições práticas e teóricas realizadas por Alicia Fernández compreendemos a relevância de seu empenho para a formação de psicopedagogos e outros profissionais interessados pelo processo de aprendizagem, buscando instrumentos de intervenção quando as dificuldades da aprendizagem surgirem.

REFERÊNCIAS
CAMARGO, Gilson Camargo. Escrito na pele – Entrevista com Alicia Fernández. Jornal Extra Classe. Ano 13. N. 27. Setembro de 2008.Disponível em . Acesso em: 09 Dez. 2011.

CEPAI. Personalidades: Alicia Fernández. Disponível em <http://www.cepai.com.br/sobre_personalidades.php#Alicia>. Acesso em: 07 Dez. 2011.

EPSIBA. Espacio Psicopedagógico de Buenos Aires. Cursos à distância.Disponível em < http://www.epsiba.com/previewactividad.php?id=11>. Acesso em: 08 Dez. 2011.

FERNANDEZ, Alícia. Entrevista: Alicia Fernández. Entrevista realizada por Luiza Oliva em 2008. Disponível em: . Acesso em: 08 Dez. 2011.

MARANGON, Cristiane. Aprendizagem também é uma questão de gênero: entrevista com Alicia Fernández. Revista Nova Escola. 17 Nov. 2008. Disponível em: . Acesso em 06 Dez. 2011.

NOTAS
(1)   Alicia Fernández, nascida em Buenos Aires – Argentina, no ano de 1944, é filha de pai espanhol e mãe Italiana.
(2)   Na Argentina, a Psicopedagogia corresponde a uma graduação com duração de aproximadamente cinco anos.
(3)   EPSIBA (2011) apresenta uma espécie de currículo lattes de Alicia Fernández: 
·         Docente na Universidad de Buenos Aires (Pós-graduação da Faculdade de Psicologia) e Professora Titular das materias “Diagnóstico Psicopedagógico” e “Tratamento Psicopedagógico” da Universidad del Salvador (Faculdade de Psicopedagogia).
·         Docente convidada em numerosas Universidades e Associações da América Latina e Europa: Technische Universität de Berlin, Association Gree Groupe Européen de Recherche en Evaluation Education et Réadatation de Francia, Faculdade de Ciências da Educação de Lisboa Portugal, Pontificia Universidade Católica de São Paulo, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade de Passo Fundo, Universidade Regional Do Noroeste Do Estado Do Rio Grande do Sul, Universidad de la República de Uruguay, Universidad Nacional de Lomas de Zamora, Universidad de Morón, Universidad Nacional del Comahue, Universidad Nacional de la Rioja, Universidad Nacional de San Juan, Universidad Nacional de San Luis; entre outras.
·         Fundadora e co-diretora de E.Psi.B.A. Espaço Psicopedagógico Brasileiro-Argentino-Uruguaio.
·         Coordenação de grupos de formação de profissionais das áreas de saúde e educação em diversas cidades da Argentina, do Uruguay, do Brasil e de Portugal.
·        Título Membro Honorário da Associação Nacional de Psicopedagogia do Brasil.
·         Distinção Membro de honor da Associação de Psicopedagogos de Neuquén.
·        Assessora de numerosas instituições educativas de gestão privada e assessora de atividade psicopedagógica em Hospitais de gestão pública e privada.
·         Fundadora do centro de aprendizagem do Hospital Nacional "A. Posadas", Buenos Aires, Argentina.
·        Ex Assessora da Secretaria de Educação do Município de Porto Alegre, Brasil.

O sujeito epistêmico de Piaget - 4

Questão de concurso 

Prefeitura Municipal Campina Grande, PB, 2002 
Processo seletivo para professor de Educação Básica I 

No âmbito educacional, a mudança do foco das discussões dos métodos de ensino para o processo de aprendizagem da criança, entendendo-a como sujeito cognoscente, foi promovida pelo pensamento: 


a) Inatista 
b) Marxista 
c) Crítico social 
d) Construtivista 
e) Estruturalista 

Comentário 


A alternativa correta é a D. A chave para responder à questão é entender que sujeito epistêmico, sujeito cognoscente ou sujeito do conhecimento são sinônimos - e estão associados ao pensamento construtivista de Jean Piaget. Ao tratar a produção do conhecimento como resultado da interação entre o indivíduo e o meio, Piaget concebe a criança como um sujeito ativo, criticando a escola tradicional baseada nas perspectivas inatistas ou empiristas, em que os métodos de ensino são o ponto central. Em relação às outras três concepções, a marxista defende um sistema de ensino capaz de transformar a sociedade, enquanto a estruturalista e a crítico-social aproximam-se por mostrar como a Educação atua para reproduzir (e, muitas vezes, aumentar) as desigualdades da sociedade.


Resumo do conceito

Sujeito epistêmico

Elaborador : Jean Piaget (1896-1980) 

Também chamado de sujeito cognoscente ou do conhecimento, o conceito diz respeito às estruturas mentais comuns a todos os seres humanos, que conferem a possibilidade de aprender fazendo relações entre diferentes informações (classificação, comparação, dedução etc.). Tais estruturas se desenvolvem do início ao fim da vida por meio da ação dos indivíduos sobre o meio, num processo de interação com o objeto de conhecimento e com as outras pessoas, o que possibilita a construção de níveis de saber cada vez mais complexos.
Quer saber mais?

CONTATOS 


BIBLIOGRAFIA 

A Epistemologia Genética, Jean Piaget, 136 págs., Ed. Martins Fontes, tel. (11) 3293-8150, 30,10 reais 

Épistémologie Mathématique et Psychologie, Beth Evert e Jean Piaget, Ed. Puf, não publicado no Brasil, esgotado na França 

Psicologia e Epistemologia Genética de Jean Piaget, Zélia Ramozzi-Chiarottino, 104 págs., Ed. Pedagógica e Universitária, tel. (11) 3168-6077, 44 reais 

Teoria da Aprendizagem na Obra de Jean Piaget, Adrian Oscar Dongo Montoya, 222 págs., Ed. Unesp, tel. (11) 3242-7171, 29 reais


Elisângela Fernandes (novaescola@novaescola.org.br)

Publicado em NOVA ESCOLA Edição 238DEZEMBRO 2010. Título original: O desenvolvimento da inteligência

FONTE:

http://acervo.novaescola.org.br/formacao/formacao-continuada/sujeito-epistemico-piaget-611940.shtml?page=3