domingo, 10 de dezembro de 2017

BLADE RUNNER 2049 - "2036: Nexus Dawn" (Legendado em Pt-Br)



Blade Runner, de Ridley Scott, baseado em um instigante romance de Philip K. Dick. A história é conhecida: o policial Deckard é um “caçador de andróides”, responsável por perseguir e eliminar máquinas que fugiram de controle. Os andróides são denominados como “replicantes”, na medida em que replicam – repetem – as formas e funções humanas para realizar tarefas perigosas ou estafantes. Mas a tecnologia é tão boa que, de tanto repetir a forma humana, gera a diferença: andróides da série Nexus 5 são tão perfeitamente humanos que sentem emoções e têm sua individualidade, personalidade própria. A “certeza de si” é dada pelo implante de memórias de uma infância e de uma família que eles não tiverem. Mas, para que não fujam ao controle, tornando-se talvez além-homens, mais humanos que os próprios humanos, são programados para morrer em cinco anos. Acontece que um grupo deles descobre isto e sai em busca de seu criador, para garantir a continuidade da vida. Nada mais humano. Os replicantes não são representações; são o outro, embora aparentemente iguais. Ou seja, os replicantes, repetições da forma humana, são a própria diferença, este outro que nos apavora e que pode ser qualquer um a nossa volta. Aí entra Deckard, o “caçador”, para eliminá-los. A tensão da história é dada pelo fato de que ele se apaixona por Rachel, uma replicante que ele quase não consegue identificar, e pelo fato de que ele próprio já não sabe se é, de fato, humano, ou também um replicante. 

 A questão que se impõe: como conviver com este absoluto outro que, aparentemente é o mesmo, mas que não pode ser reduzido ao mesmo?

FONTE:

Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença 

Sílvio Gallo* (* Professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pesquisador do CNPq. Coordenador do DiS – Grupo de Estudos e Pesquisas Diferenças e Subjetividades em Educação – FE-Unicamp.  )

Moska - Eu Falso Da Minha Vida o Que Eu Quiser

Gilles Deleuze nasceu em 18 de janeiro de 1925 e é considerado um dos maiores filósofos do século passado. Filho de uma família de classe média, passou a maior parte de sua vida em Paris (não gostava de viajar). Deleuze estudou filosofia na Universidade de Sorbonne, Paris, entre 1944 a 1948. Durante sua vida toda foi professor, primeiro em liceus (até 1957) e depois em universidades como Lyon, Paris VIII e Vicennes.
É bem difícil escrever sobre a vida de Deleuze. Ele era muito reservado, não deixou nenhuma auto-biografia, não gostava de dar entrevistas. Considerava suas obras muito mais importantes que sua vida particular. Apesar de tudo, era uma personagem muito excêntrica, com unhas compridas e um jeito  bem particular de agir e falar (por exemplo, um período de sua vida em que sempre usava chapéu).


Deleuze com seu filho Julian 
Sua obra pode ser separada em duas categorias: livros de conceitos (como “Diferença e Repetição” e “Lógica do Sentido”, ambos obras primas) e livros de história da filosofia. Apesar de ser considerado um grande historiador de filosofia, sua abordagem é diferente dos seus companheiros, Deleuze mesmo dizia que “fazia um filho pelas costas” de cada pensador que estudava. Sua intenção não é encontrar o “verdadeiro” Nietzsche ou Espinosa. Não, na verdade, os pensamentos dos filósofos que estuda são usados como ferramentas para pensar o presente e por isso reinventa os filósofos sobre os quais admira e escreve: Hume, Bergson, Espinosa, Nietzsche, Leibniz, Kant.

Deleuze e Guattari
Outra questão muito importante foi a sua obra em conjunto com Félix Guattari, cujo encontro aconteceu em 1969. Anti-Édipo (1972) e Mil-Platôs (1980) podem ser consideradas suas obras mais importantes, ambas com o subtítulo “Capitalismo e Esquizofrenia”. Grande parte das resenhas e conceitos abordados neste blog se situam neste território (ou seria 
platô?) 
da crítica ao psicanalismo
Sua obra à quatro-mãos é de extrema importância para o pensamento moderno, principalmente após maio de 68.

Deleuze lecionou na universidade de Vincennes até 1987 e é conhecido por ter sido um grande professor. Seus cursos eram célebres e frequentados por uma enorme quantidade de estudantes não matriculados que queriam conhecer o mestre dando aula (até mesmo estrangeiros que consideravam as aulas de Deleuze um importante ponto turístico para visitar e conhecer). Também ficou conhecido por desenvolver um filosofia da imanência e do desejo, muitas vezes associada ao pós-estruturalismo.

Desde cedo o filósofo sofria de problemas respiratórios e desenvolveu uma tuberculose em 1968. No fim de sua vida Deleuze diminuíra suas atividades acadêmicas. Seus pulmões estavam muito debilitados. Desde 1992 eles funcionavam com apenas um terço de sua capacidade, em 1995 Deleuze só respirava com ajuda de aparelhos. Então, em 4 de novembro do mesmo ano, Deleuze jogou-se da janela de seu apartamento em Paris, deixando dois livros inacabados. Muitos estudiosos da obra de Deleuze consideram seu suicídio condizente com o pensamento que desenvolveu em vida, Deleuze se mata quando seus órgãos não permitiam mais a vida passar em toda sua intensidade, seu ato final foi uma afirmação de um corpo que estava quase morto. Uma vida que pediu passagem, para fluir em outras direções.
Veja aqui todos os textos relacionados com Deleuze em nossa página
– Textos sobre Deleuze publicados pela Razão Inadequada:


Deleuze e Fanny, sua mulher, foto de 1969




FONTE:
https://razaoinadequada.com/filosofos-essenciais/deleuze/