terça-feira, 9 de agosto de 2016

TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR – CIPRIANO LUCKESI


Luckesi.
O escritor Cipriano Carlos Luckesi é referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializou ao longo de quatro décadas. Nessa trajetória, que começou pelo conhecimento técnico dos instrumentos de medição de aproveitamento, o educador avançou para o aprofundamento das questões teóricas, chegando à seguinte definição de avaliação escolar: “Um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão”. Portanto, segundo essa concepção, não há avaliação se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem.
 
Atingido esse ponto, Luckesi passou a estudar as implicações políticas da avaliação, suas relações com o planejamento e a prática de ensino e, finalmente, seus aspectos psicológicos. As conclusões do professor paulista, que vive desde 1970 em Salvador, apontam para a superação de toda uma cultura escolar que ainda relaciona avaliação com exames e reprovação.
 
Luckesi é professor aposentado, orientador de pós-graduandos e integrante do Grupo de Pesquisa em Educação e Ludicidade da Universidade Federal da Bahia.
 
Formação Acadêmica

Cipriano Carlos Luckesi é Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Católica do Salvador; Mestre em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal da Bahia; Doutor em Educação: Filosofia e História da Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Psicoterapeuta em Biossíntese, formado pelo Centro de Biossíntese da Bahia, credenciado pelo Center forBiosynthesis International, sediado em Heyden, Suiça; Terapeuta formado pela Escola Dinâmica Energética do Psiquismo, em Salvador.
 
Algumas obras

Cipriano Carlos Luckesi, Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática, Malabares Comunicação e Eventos, Salvador/BA, 2005, 2ª edição (revista), 115 páginas.
 
Cipriano Luckesi, Eloi Barreto, José Cosma, Naidison Baptista, Fazer Universidade: uma proposta metodológica, Cortez Editora, São Paulo, 2005, 14 edição, 232 páginas.
 
Cipriano Carlos Luckesi, Filosofia da Educação, Cortez Editora, São Paulo, 2005, 21ª reimpressão, 183 páginas. O livro foi escrito para compor a Coleção Magistério do 2º Grau, da Cortez Editora.
 
Cipriano Carlos Luckesi, Avaliação da aprendizagem escolar, Cortez Editora, São Paulo, 2005, 17ª edição, 180 páginas.
 
Cipriano Carlos Luckesi e Elizete Silva Passos, Introdução à Filosofia: aprendendo a pensar, Cortez Editora, São Paulo, 2004, 5ª edição, 271 páginas.
 
Cipriano Carlos Lucckesi e Elizete Silva Passos, Introdução à Filosofia, Centro Editorial Diático, Universidade Federal da Bahia, 1992, 226 páginas.
 
Cipriano Carlos Luckesi, Equívocos Teóricos na Prática Educativa, Série Estudos e Pesquisas, nº 27, Associação Brasileria de Tecnologia Educacional/ABT, 1983, 2ª edição, 67 páginas.
 
Cipriano Carlos Luckesi, Prática Docente e Avaliação, Série Estudos e Pesquisas, nº 44, Associação Brasileira de Tecnologia Educacional/ABT, Rio de Janeiro, 1990, 54 páginas.
 
Texto: Ascom/Seduc
Fonte: CRE-Cacoal/Seduc

Neste texto, o autor trata das tendências teóricas que permeiam a prática educacional, orientadas por duas vertentes: a pedagogia liberal e a pedagogia progressista. A seguir, serão abordadas características principais vinculadas a cada uma destas práticas.
Pedagogia Liberal
A pedagogia liberal, ao contrário do que o nome sugere, é uma manifestação do capitalismo e da sociedade de classes. Esta corrente pedagógica defende que as escolas devem preparar os indivíduos para exercerem um papel social, de acordo com aptidões individuais. Não leva em conta as diferenças sociais e culturais dos alunos e não mantém nenhuma relação com o cotidiano do aluno fora da escola.
1-                 Tendência liberal tradicional

De acordo com esta tendência, a atuação da escola deve consistir na preparação intelectual, cultural e moral dos alunos para que eles assumam sua posição na sociedade. Se baseia na relação hierárquica do professor em relação aos alunos.


2-                 Tendência liberal renovada progressivista
Nesta linha pedagógica, a finalidade da escola é retratar a vida do aluno e adequá-lo ao meio social, tendo como base a ideia de “aprender fazendo”. Ao contrário da tendência anterior, o professor não possui lugar privilegiado, e auxilia o desenvolvimento livre e espontâneo da criança.

3-                 Tendência liberal renovadora não-diretiva
Esta prática baseia-se mais nos aspectos psicológicos do que nos pedagógicos ou sociais. Esta forma de ensino leva em conta a busca dos estudantes ao conhecimento, com a mediação do professor.

4-                 Tendência liberal tecnicista
Esta tendência de ensino busca modelar o comportamento do aluno através de técnicas específicas, com o objetivo de produzir indivíduos para o mercado de trabalho, através de informações precisas, informativas e rápidas, através principalmente da pesquisa cientifica e tecnologia educacional.
Tendência liberal tecnicista




Na Pedagogia Progressista, a escola atua como mediadora entre o aluno e o meio social, entendendo as finalidades sociopolíticas da educação. Da mais ênfase ao  processo de aprendizagem grupal do que  aos conteúdos de ensino.
1-              Tendência progressista libertadora
Caracteriza-se pela atuação não-formal. Busca contribuir para desvelar a realidade social de opressão, questionando as relações homem-natureza e homem-homem. Ao invés de conteúdos tradicionais, trabalha com “temas-geradores”, extraídos da realidade dos educandos. A relação entre aluno e professor horizontal, os dois se posicionando como sujeitos do ato de conhecimento.

2-         Tendência progressista libertária
Focada na margem de liberdade do sistema, visa gerar nos alunos princípios educativos libertários  e autogestionários. O conhecimento advém das experiências vividas pelo grupo, principalmente as de participação crítica. Não há relação de poder entre aluno e professor, e este se coloca como orientador e catalisador do grupo para uma reflexão comum.

3-         Tendência progressista “crítico social dos conteúdos”
Nesta tendência, os conteúdos são indissociáveis das relações sociais, com a participação da escola e dos alunos na democratização da sociedade.  O saber deve ser adquirido sendo vinculado às realidades sociais. Apesar dos contrastes entre aluno e professor, deve haver um envolvimento entre as duas partes.


https://didaticageo.wordpress.com/2010/09/16/tendencias-pedagogicas-na-pratica-escolar-cipriano-luckesi/

Nenhum comentário:

Postar um comentário