terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O que é ser trans: entrevista com Helena Vieira

Significado de Homofobia

Homofobia significa aversão irreprimívelrepugnânciamedo, ódiopreconceito que algumas pessoas, ou grupos nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais.
Em alguns casos, aqueles que guardam estes sentimentos não definiram completamente a sua identidade sexual, gerando dúvidas e revolta, que são transferidas para aqueles que já aceitaram as suas preferências sexuais.
Etimologicamente, a palavra "homofobia" é composta por dois termos distintos: homo, o prefixo de homossexual; e o grego phobos, que significa "medo", "aversão" ou "fobia". O indivíduo que pratica a homofobia é chamado de homofóbico
A homofobia pode ter causas culturais e religiosas. Por exemplo, alguns católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, e fundamentalistas assumem tendências homofóbicas. Apesar disso, mesmo entre estes grupos existem aqueles que defendem e apoiam os direitos dos homossexuais, lésbicas e simpatizantes. No entanto, em pleno século XXI, alguns países aplicam até mesmo pena de morte como condenação para quem é homossexual.
Saiba mais sobre o significado de Identidade de gênero.
Em muitos casos, a homofobia parte do próprio homossexual, porque ele está em um processo de negação de sua sexualidade e chega muitas vezes até a casar e constituir uma família, e pode até jamais assumir sua preferência.
Alguns movimentos contra os homossexuais são realizados em código pelo mundo inteiro pelos preconceituosos, como assovios, cantos, e bater de palmas. A homofobia é considerada uma forma de intolerância, assim como o racismo, o antissemitismo e outras formas que negam a humanidade e dignidade a estas pessoas. Desde 1991, a Anistia Internacional, passou a considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação aos direitos humanos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 17 de maio como o Dia Internacional contra a Homofobia (International Day Against Homophobia), comemorando a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Entre 1948 e 1990, a homossexualidade (chamado de "homossexualismo") era considerada um transtorno mental. 

Lei contra Homofobia

No Brasil, a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo foi reconhecida legalmente pelo Supremo Tribunal Federal desde maio de 2011. 
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça - CNJ aprovou e regulamentou o casamento civil gay no Brasil. Atualmente, casais homossexuais possuem os mesmos direitos e deveres que um casal heterossexual no país, podendo se casar em qualquer cartório brasileiro, mudar o sobrenome e participação na herança do cônjuge. O cartório que se negar a realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser alvo de punição. 
Os casais que já possuíam a união estável também podem alterar o status para casamento civil. 
O Projeto de Lei da Câmara nº 122/06 (também conhecido como PLC 122) visa alterar a lei 7.716, criminalizando a discriminação motivada unicamente na orientação sexual ou na identidade de gênero da pessoa discriminada. Se essa alteração for aprovada, a Lei do Racismo sofrerá uma alteração, passando a incluir esse tipo de discriminação no parâmetro legal de racismo, que nos dias de hoje contempla discriminação pela etnia, cor da pele, religião ou origem nacional.

Homofobia é crime?

Apesar da Constituição Brasileira não citar especificamente a homofobia como um crime, o artigo 3º, item IV indica que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."
Assim sendo, a homofobia pode ser contemplada como uma outra forma de discriminação, podendo ser classificada como um crime de ódio, passível de punição.


FONTE:
https://www.significados.com.br/homofobia/


Significado de LGBT

O que é LGBT:

LGBT (ou LGBTTT) é a sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, que consistem em diferentes tipos de orientações sexuais. 
Bandeira LGBTA sigla LGBT também é utilizada como nome de um movimento que luta pelos direitos dos homossexuais e, principalmente, contra a homofobia.
Inicialmente, o movimento era conhecido apenas por GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), porém houve um grande crescimento e as pessoas começaram a questionar as diferentes ramificações e identidades, fazendo com que o movimento adquirisse outros tipos de orientações sexuais.
Aliás, o termo foi oficialmente alterado de GLS para LGBT em uma Conferência Nacional, realizada em Brasília, no ano de 2008.
Infelizmente, o movimento LGBT ainda é carregado de preconceito e conotações pejorativas, principalmente por núcleos mais conversadores da sociedade e religiosos.
De acordo com estas pessoas, as participações dos homossexuais nas paradas do orgulho LGBT são exageradas e despropositadas.
Por outro lado, os organizadores destes eventos dizem ser a Parada Gay (como ficou popularmente conhecida), um espaço de visibilidade do homossexual, que é marginalizado na sociedade e deseja unicamente ter os mesmos direitos que os heterossexuais (como o casamento de pessoas do mesmo sexo e a adoção, por exemplo).
Parada do Orgulho LGBT também tem o objetivo de conscientizar as pessoas da diversidade que uma sociedade e construída, devendo todos saber respeitar as diferenças.
Existem diversas ONG’s (Organizações Não-Governamentais) que trabalham em prol do movimento LGBT, para conscientizar a população e também os próprios membros, desde suporte para pessoas que enfrentam discriminação até conselhos sobre cuidados básicos contra doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo.
Fonte:
https://www.significados.com.br/lgbt/


Significado de Pansexual


Pansexual é o indivíduo que aprecia e é atraído por todos os tipos de gêneros sexuais.
Os pansexuais não se limitam apenas ao gênero masculino ou feminino, mas são interessados em todos os diferentes tipos de sexualidades, como por exemplo os trangêneros (indivíduos que nascem com um sexo, mas se identificam com o aposto) ou os intersexuais (pessoas que se identificam com os dois gêneros: masculino e feminino).
Em suma, os pansexuais gostam de todos os gêneros sexuais existentes, sem distinção e não se limitando a binária de gênero homem – mulher.
Etimologicamente, o termo “pansexual” se originou a partir do prefixo grego “pan”, que significada “tudo” ou “todos”. Neste caso, seriam todos os tipos de gêneros sexuais.
Existe uma ideia equivocada de que os pansexuais sentem atração sexual por qualquer tipo de ser vivo, incluindo animais e plantas. No entanto, a definição de pansexualidade se limita apenas na diversidade de gênero sexual dos seres humanos, nada além disso.

Pansexualidade e Bissexualidade

Ao contrário dos bissexuais, que sentem atração unicamente por pessoas do sexo masculino e feminino, os pansexuais vão muito além, pois não entendem o gênero como dois “blocos rígidos” (masculino e feminino), mas sim como uma “corrente fluída” e mais complexa.
Normalmente, as pessoas transgêneras ou intersexuais são as mais propensas a entenderem e se assumirem como pansexuais, pois possuem um entendimento mais íntimo sobre os diferentes níveis que existem entre o masculino e o feminino.
No entanto, obvialmente, a pansexualidade não é exclusiva dos trans ou dos intersexuais. Os chamados cisgêneros, ou seja, todos os que não são transgênero, também podem se identificar como pansexuais.
Assim como a homossexualidade e a heterossexualidade, a pansexualidade se restringe aos interesses em gêneros humanos, excluindo deste conjunto os comportamentos ou práticas sexuais.
Isso significa que ser pansexual não é sinônimo de determinados comportamentos sexuais, como o incesto, a necrofilia, a pedofilia e etc.

Fonte:
https://www.significados.com.br/pansexual/

domingo, 10 de dezembro de 2017

BLADE RUNNER 2049 - "2036: Nexus Dawn" (Legendado em Pt-Br)



Blade Runner, de Ridley Scott, baseado em um instigante romance de Philip K. Dick. A história é conhecida: o policial Deckard é um “caçador de andróides”, responsável por perseguir e eliminar máquinas que fugiram de controle. Os andróides são denominados como “replicantes”, na medida em que replicam – repetem – as formas e funções humanas para realizar tarefas perigosas ou estafantes. Mas a tecnologia é tão boa que, de tanto repetir a forma humana, gera a diferença: andróides da série Nexus 5 são tão perfeitamente humanos que sentem emoções e têm sua individualidade, personalidade própria. A “certeza de si” é dada pelo implante de memórias de uma infância e de uma família que eles não tiverem. Mas, para que não fujam ao controle, tornando-se talvez além-homens, mais humanos que os próprios humanos, são programados para morrer em cinco anos. Acontece que um grupo deles descobre isto e sai em busca de seu criador, para garantir a continuidade da vida. Nada mais humano. Os replicantes não são representações; são o outro, embora aparentemente iguais. Ou seja, os replicantes, repetições da forma humana, são a própria diferença, este outro que nos apavora e que pode ser qualquer um a nossa volta. Aí entra Deckard, o “caçador”, para eliminá-los. A tensão da história é dada pelo fato de que ele se apaixona por Rachel, uma replicante que ele quase não consegue identificar, e pelo fato de que ele próprio já não sabe se é, de fato, humano, ou também um replicante. 

 A questão que se impõe: como conviver com este absoluto outro que, aparentemente é o mesmo, mas que não pode ser reduzido ao mesmo?

FONTE:

Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença 

Sílvio Gallo* (* Professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pesquisador do CNPq. Coordenador do DiS – Grupo de Estudos e Pesquisas Diferenças e Subjetividades em Educação – FE-Unicamp.  )

Moska - Eu Falso Da Minha Vida o Que Eu Quiser

Gilles Deleuze nasceu em 18 de janeiro de 1925 e é considerado um dos maiores filósofos do século passado. Filho de uma família de classe média, passou a maior parte de sua vida em Paris (não gostava de viajar). Deleuze estudou filosofia na Universidade de Sorbonne, Paris, entre 1944 a 1948. Durante sua vida toda foi professor, primeiro em liceus (até 1957) e depois em universidades como Lyon, Paris VIII e Vicennes.
É bem difícil escrever sobre a vida de Deleuze. Ele era muito reservado, não deixou nenhuma auto-biografia, não gostava de dar entrevistas. Considerava suas obras muito mais importantes que sua vida particular. Apesar de tudo, era uma personagem muito excêntrica, com unhas compridas e um jeito  bem particular de agir e falar (por exemplo, um período de sua vida em que sempre usava chapéu).


Deleuze com seu filho Julian 
Sua obra pode ser separada em duas categorias: livros de conceitos (como “Diferença e Repetição” e “Lógica do Sentido”, ambos obras primas) e livros de história da filosofia. Apesar de ser considerado um grande historiador de filosofia, sua abordagem é diferente dos seus companheiros, Deleuze mesmo dizia que “fazia um filho pelas costas” de cada pensador que estudava. Sua intenção não é encontrar o “verdadeiro” Nietzsche ou Espinosa. Não, na verdade, os pensamentos dos filósofos que estuda são usados como ferramentas para pensar o presente e por isso reinventa os filósofos sobre os quais admira e escreve: Hume, Bergson, Espinosa, Nietzsche, Leibniz, Kant.

Deleuze e Guattari
Outra questão muito importante foi a sua obra em conjunto com Félix Guattari, cujo encontro aconteceu em 1969. Anti-Édipo (1972) e Mil-Platôs (1980) podem ser consideradas suas obras mais importantes, ambas com o subtítulo “Capitalismo e Esquizofrenia”. Grande parte das resenhas e conceitos abordados neste blog se situam neste território (ou seria 
platô?) 
da crítica ao psicanalismo
Sua obra à quatro-mãos é de extrema importância para o pensamento moderno, principalmente após maio de 68.

Deleuze lecionou na universidade de Vincennes até 1987 e é conhecido por ter sido um grande professor. Seus cursos eram célebres e frequentados por uma enorme quantidade de estudantes não matriculados que queriam conhecer o mestre dando aula (até mesmo estrangeiros que consideravam as aulas de Deleuze um importante ponto turístico para visitar e conhecer). Também ficou conhecido por desenvolver um filosofia da imanência e do desejo, muitas vezes associada ao pós-estruturalismo.

Desde cedo o filósofo sofria de problemas respiratórios e desenvolveu uma tuberculose em 1968. No fim de sua vida Deleuze diminuíra suas atividades acadêmicas. Seus pulmões estavam muito debilitados. Desde 1992 eles funcionavam com apenas um terço de sua capacidade, em 1995 Deleuze só respirava com ajuda de aparelhos. Então, em 4 de novembro do mesmo ano, Deleuze jogou-se da janela de seu apartamento em Paris, deixando dois livros inacabados. Muitos estudiosos da obra de Deleuze consideram seu suicídio condizente com o pensamento que desenvolveu em vida, Deleuze se mata quando seus órgãos não permitiam mais a vida passar em toda sua intensidade, seu ato final foi uma afirmação de um corpo que estava quase morto. Uma vida que pediu passagem, para fluir em outras direções.
Veja aqui todos os textos relacionados com Deleuze em nossa página
– Textos sobre Deleuze publicados pela Razão Inadequada:


Deleuze e Fanny, sua mulher, foto de 1969




FONTE:
https://razaoinadequada.com/filosofos-essenciais/deleuze/



sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Jan Amos Comenius

Comenius, mestre, cientista, escritor e integrante da classe eclesiástica, nasceu no dia 28 de março de 1592, no município de Nivnitz, na Morávia, região localizada na Europa central, atualmente território da República Checa. Ele foi educado em um núcleo familiar protestante, no interior da igreja dos Irmãos Morávios, que adotava a linha de Jan Huss, dentro de um padrão de estrita humildade, singeleza e princípios inflexíveis e devotos.

Esta formação espiritual marcou decisivamente a mente de Comenius e o inclinou a seguir a vocação teológica. Ao completar 12 anos ele viu sua família deixar a vida; órfão, conheceu a educação desprovida de afeto, a rigidez do sistema escolar, com a imagem terrível do professor despótico, as lições pretensamente dogmáticas, dotadas de uma verdade absoluta, as temidas palmatórias e a característica severidade. O garoto recebe, neste ambiente lúgubre, tão somente os rudimentos da arte de ler, escrever e contar.


Estes elementos compõem a infância e a juventude de Comenius, e é justamente a forma como eles marcam seu espírito que o levam a desenvolver os alicerces do que ele considera a Didática Moderna, sistematizada em sua obra principal Didática Magna. O escritor se converte, então, no primeiro educador ocidental a privilegiar a interação entre os pólos instrução/aprendizagem, do ponto de vista das distinções entre estes princípios. Sua teoria era, sem dúvida, inovadora para a época, o século XVII.

A fatalidade parecia perseguir este pensador; convertido, aos 26 anos, em pastor da Igreja que sempre freqüentou, passou a residir em Fulnek, capital moraviana. Nesta região, assolada pela Guerra dos Trinta Anos, ele contraiu matrimônio e teve filhos, mas novamente testemunhou seus familiares serem levados pela morte em uma epidemia que devastou a cidade, após a invasão da Espanha, em 1621. Além de tudo, Comenius também se viu despojado de seus livros e textos.

Segue para a Polônia em 1628, exilando-se dos assédios da intolerância religiosa. Aí o educador elabora panfletos de natureza religiosa, estimulando seus companheiros de fé. Sua popularidade se acentua e Comenius conquista seguidores de suas ideias na Inglaterra; na Suécia ele trava contato com o filósofo René Descartes.

Sua educação foi consumada na Universidade Calvinista de Herbron, na Alemanha, onde ele se graduou em Teologia e consolidou seus conhecimentos culturais; sua formação foi complementada na Universidade de Heidelberg. A metodologia didática do autor foi exposta em uma doutrina de teor filosófico denominada pansophia; os princípios contidos neste corpo doutrinário inspiraram as principais modificações na esfera da educação e o pensamento dos principais teóricos da história desta disciplina.

Seu sistema de ensino reafirma a igualdade de direito de todos os indivíduos no que tange ao acesso à esfera do conhecimento. Ele propõe a educação concreta e persistente; uma pedagogia veloz, econômica e sem esforço excessivo; a instrução com base na vivência cotidiana de cada um; o saber científico e artístico integral; o ensino congregado em um todo.

A atuação principal de Comenius se concentrou em Amsterdã, cidade na qual ele permaneceu até sua morte, precedida pela fama em todo o continente europeu; entre seus discípulos encontram-se Jean-Jacques Rousseau, John Locke e J. H. Pestalozzi. Em 1649 ele contrai novo matrimônio. O educador encontra a morte no dia 15 de novembro de 1670, combatendo até o final a intolerância. Ele foi sepultado em Naarden, e em seu sepulcro foi erguido um mausoléu. Seus ideais permitiram o surgimento, 300 anos depois, de um órgão como a UNESCO.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comenius
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2391.html
Arquivado em: Biografias

https://www.infoescola.com/biografias/jan-amos-comenius/





A Pedagogia de Comenius

Jan Amos Comenius foi uma significativa liderança religiosa no contexto em que viveu, de 1592 a 1670. Ele era devotado seguidor de Jan Huss e, predecessor do filósofo Jean Jacques Rousseau, foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito "Ensinar tudo a todos", o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no seu desempenho na esfera terrena, como criador de sua trajetória.

Este educador tinha como principal meta trazer o ser para perto do Criador, transformando os indivíduos em cristãos exemplares, dotados do poder de exercitar suas virtudes potenciais, que devem irradiar na direção de todos, independente do status econômico, de gênero ou de condições físicas e mentais. Para ele, a didática podia ser definida como a prática de educar e também enquanto ofício de ensinar.

Dotado de um humanismo ímpar e de uma visão globalizante, Comenius era atraído por todas as esferas do conhecimento; assim, sonhava em construir uma pansofia, ou seja, uma sabedoria que abrangesse a totalidade. Ele acreditava, portanto, que o saber verdadeiro deveria incorporar a filosofia orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas e a religião, se realmente aspirasse a edificar a humanidade.

Comenius defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando, para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.

Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida eterna porque, como ele acreditava, ele era espírito destinado à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir além dos desejos e ideais materiais. Daí a necessidade vital de buscar não somente bens terrenos, mas acima de tudo a sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador.

Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado pelos sentidos, pois é através deles que se percebe os estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real; assim, as percepções sensoriais seriam impressas no interior do ser e, depois, analisadas pelos instrumentos racionais.

Os fundamentos de sua didática são o entendimento, a conservação e a práxis; por meio deles o indivíduo atinge três qualidades elementares – a aquisição de vastos conhecimentos, virtudes e religiosidade, que estão intimamente vinculadas aos dons do intelecto, da vontade e da memória.

O educador crê que todas as pessoas são igualmente portadoras de uma condição humana, embora manifestem inteligências distintas, para ele produtos de um grau elevado ou de uma carência de harmonia própria; por essa razão as mentes devem ser moldadas logo cedo, para que os intelectos se desenvolvam sem tantas discrepâncias.

A doutrina pedagógica de Comenius convida a mente racional a adotar diante do Cosmos uma postura inquiridora e inclusiva de todas as esferas do conhecimento. Sua obra, fruto de intensos diálogos com filósofos como Bacon e Descartes, visa contribuir para que o Homem, desde a infância, passando pela juventude, complete sua evolução rumo à perfeição espiritual e intelectual.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comenius
Dora Incontri. A Educação segundo o Espiritismo. Editora Comenius, Bragança Paulista, São Paulo, 2008, pp. 89-90.

https://www.infoescola.com/educacao/a-pedagogia-de-comenius/


Arquivado em: Educação, Pedagogia

Eu sou trezentos... Mário de Andrade

Eu sou trezentos... Mário de Andrade

(7-VI-1929)

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinqüenta, As sensações renascem de si mesmas sem repouso, Ôh espelhos, ôh! Pireneus! ôh caiçaras! Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as melhores palavras, E os suspiros que dou são violinos alheios; Eu piso a terra como quem descobre a furto Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinqüenta, Mas um dia afinal eu toparei comigo... Tenhamos paciência, andorinhas curtas, Só o esquecimento é que condensa, E então minha alma servirá de abrigo.


terça-feira, 21 de novembro de 2017

VOCÊ É UMA PESSOA SEXISTA?


Sabe para que servem os homens? Ouvi dizer que são treináveis e dão bons animaizinhos de estimação.
“Sabe por que Deus criou a mulher? Porque cachorros não sabem abrir a geladeira e pegar a cerveja.”
Durante muito tempo, os clichês deram a munição para a “guerra entre os sexos”. No início do século XX, certo Gustav Le Bon chegou à absurda conclusão de que a inferioridade feminina era tão clara, que seria impossível contestá-la por mais de um minuto sequer. Um século depois, a Ciência prova que o varão estava redondamente enganado, quando diz que a inteligência como um todo, não é superior no sexo X ou no Y. Pode acontecer que, em alguns aspectos, a mulher supere o homem e vice-versa, mas jamais que um seja mais inteligente do que o outro. Lembrando que o cérebro não é definido pelo sexo.
A opressão por que passaram as mulheres (e ainda passam em muitos países) deveu-se à bizarra crendice de que eram inferiores aos homens. Ainda hoje, muitas trabalhadoras são hostilizadas em profissões que antes eram associadas apenas aos machos. E, mesmo avançando nas barreiras do preconceito, elas ainda ganham menores salários. O mesmo acontece com homens, que trabalham em profissões tidas como femininas, que muitas vezes servem de motivo de chacota.
Muitas pessoas tendem a fazer piadinhas idiotas com o sexo oposto, sem saber que está incorrendo numa atitude altamente discriminatória. O Aurélio define como sexismo uma “atitude discriminatória em relação ao sexo oposto”. O sexismo ocorre quando um indivíduo, homem ou mulher, é discriminado em função do sexo. Como exemplo, podemos citar o fato de que muitas pessoas acham que uma mulher não pode ser uma boa engenheira, ou que a mãe é sempre a melhor pessoa para ficar com os filhos. Tais julgamentos são baseados em estereótipos, que só fazem aumentar o fosso entre homens e mulheres.
Na época em que vivemos, não há mais espaço para machões e feministas. A Ciência avançou, de modo que a visão que temos hoje é de que sejam homens ou mulheres, todos são apenas indivíduos e como indivíduos devem ser tratados.
Homens não são de Marte e tampouco mulheres são de Vênus. Habitam um mesmo planeta, onde possuem os mesmos direitos e os mesmos deveres. Portanto, o sexismo deve ser combatido como qualquer outro tipo de preconceito. As diferenças sexuais entre homens e mulheres não devem ser vistas como motivo de zombaria e piadinhas de mau gosto que, direcionadas às mulheres ou aos homens, são lamentáveis. Não será assim que as nocivas desigualdades, que perduram há tantos séculos entre homens e mulheres, serão eliminadas.
Para quem ainda não sabe, ironizar o sexo oposto, quer seja ele masculino ou feminino, com humor maldoso, é altamente ofensivo, de modo que o sujeito da chacota acaba resvalando para o sexismo, que dá cadeia. O mesmo respeito deve ser dado às pessoas que possuem outras opções sexuais, como gays e lésbicas. Para início de conversa, nada melhor do que evitar as piadinhas chulas e de mau gosto. Respeito é bom e todo mundo gosta.


Autoria de LuDiasBH
Fonte de pesquisa:Revista Marie Claire


O que é Sexismo

Sexismo é o ato de discriminação e objetificação sexual, é quando se reduz alguém ou um grupo apenas pelo gênero ou orientação sexual. 
Um dos casos mais comuns de sexismo é estipular que a cor rosa está relacionada ao gênero feminino, e o azul ao gênero masculino.


 O sexismo é normalmente associado à posição que o machismo determina para as mulheres. Mas também pode ser relacionado ao tratamento preconceituoso dado pela sociedade aos homens, aos homossexuais, aos transgêneros, aos que não se identificam com nenhum dos gêneros, entre outras formas de representação de identidade sexual.
Mulheres e homens podem ter atitudes sexistas. Algumas linhas de estudos sobre gênero, inclusive, sugerem o uso do termo sexismo em substituição à palavra machismo, para que a característica negativa do machismo não seja algo somente associado aos homens, ou algo inerente ao fato de ser do gênero masculino.
A palavra sexismo encontra sinônimos nas suas variações conforme o gênero tratado. A discriminação contra mulheres é o machismo ou misoginia, enquanto o preconceito contra homens é chamado de misandria.

O que é ser sexista?

Uma das formas de problematizar uma situação e perceber se há ou não sexismo no ato é inverter os gêneros: colocar um homem para fazer o que está sendo proposto a uma mulher. Se causa estranhamento, é sexismo.
Por exemplo:
As propagandas de cerveja constantemente usam de atributos femininos, relacionando-os aos atributos da cerveja, como argumento de venda. Tente inverter o gênero explorado na campanha: faria sentido um homem com as mesmas roupas, fazendo os mesmos movimentos? Seria apelativo para o público ao qual o produto é destinado? Ou causaria estranhamento?

O sexismo também age ao se estipular um comportamento padrão esperado para homens e mulheres. É igualmente sexismo quando se representa um homem sempre perto de máquinas pesadas, que goste de carros, que tenha modos rudes, e etc. O mesmo comportamento quando tem os gêneros invertidos também gera estranhamento.
Uma das consequências da sociedade sexista é o preconceito homofóbico, onde se espera que o homem tenha determinado comportamento, e quando ele não demonstra tais características, acaba sendo discriminado. 

FONTE: https://www.significados.com.br/sexismo/

domingo, 19 de novembro de 2017

Orientação sexual e identidade de gênero: para além do binarismo

Este é um post básico, mas serve até pra quem já se considera num "nível avançado" de entendimento sobre a sexualidade humana. Posso dizer isso porque as diversas áreas do conhecimento humano continuam estudando a sexualidade humana e o progresso crescente trouxe tantas mudanças que mesmo as pessoas mais experientes nesse assunto podem se perder. Farei aqui, portanto, um registro de alguns dos conceitos básicos, mas nem sempre tão claro para todos.

Grande parte da mudança de significado de alguns conceitos básicos se deve ao novo entendimento a respeito do que é gênero. Logo, primeiramente, vamos fazer uma distinção entre sexo e gênero, seguida de uma explanação sobre alguns dos possíveis gêneros para depois rever as orientações sexuais frente a esse panorama.

Sexo se refere principalmente à caracteres biológicos. Engloba uma configuração de cromossomos, hormônios (e o balanço hormonal), gônadas (ovários, testículos), unidades reprodutivas (espermatozóide, óvulo), anatomia interna e externa e características biológicas sexuais secundárias. Muita gente considera o sexo biológico como algo dicotômico, como se houvesse apenas duas opções: macho e fêmea. Contudo, a Biologia contemporânea reconhece que esse sistema binário é incapaz de compreender as características sexuais, tanto da espécie humana como de outros seres vivos dióicos, visto que podem existir os intersexuais (indivíduos que apresentam diversas combinações dos caracteres genéticos, fisiológicos e/ou anatômicos, de forma que os termos "macho" e "fêmea" não conseguem defini-los de maneira precisa) e os indivíduos hermafroditas (esse termo vale para seres vivos que realizam reprodução sexuada e possuem em seus corpos sistemas reprodutores completos, de forma que, simultaneamente, são "machos" e "fêmeas" reprodutivamente funcionais). Como a espécie humana não é composta, em sua maioria, por indivíduos hermafroditas (já que não somos classificados como uma espécie monóica), é extremamente raro (para não dizer impossível) encontrarmos um indivíduo humano que possa ser considerado um hermafrodita verdadeiro (ou seja, reprodutivamente funcional, tanto como "macho" quanto como "fêmea"). Além disso, existe um grande estigma ofensivo associado à palavra hermafrodita, quando se refere a um ser humano, de forma que, mesmo num caso de hermafroditismo verdadeiro, é aconselhável que se use socialmente o termo "interssexual" ao se referir a uma pessoa.

Gênero está mais vinculado à sua própria percepção de quem você é (ou seja, homem, mulher, intersexual, transgênero etc.). Dessa forma, o gênero tem a ver, principalmente, com qualidades socialmente reconhecidas como masculinas ou femininas ou nenhuma delas ou ambas. De maneira semelhante ao que acontece com o sexo biológico, somos socialmente ensinados a considerar o gênero como apenas uma dentre duas opções: homem ou mulher. Novamente, esse sistema binário é insuficiente para a compreensão do gênero de todos os seres humanos, especialmente através das diversas culturas existentes. É válido ainda lembrar que uma pessoa pode se identificar com determinado gênero, mas ser percebida pelas outras pessoas erroneamente. Por isso, a identidade de gênero (como cada pessoa se identifica) nem sempre está relacionada a uma expressão de gênero. E, por tudo isso, faz-se necessário a expansão dos conceitos de gênero. Como os nomes que as pessoas usam para definir a própria identidade de gênero são dinâmicos, farei a seguir uma relação de algumas das possíveis identidades de gêneros, sem a intenção, contudo, de esgotar o assunto nem (in)validar determinadas identidades de gênero.

Algumas das possíveis identidades de gênero que podem estar dentro das condições de cisgêneros ou transgêneros:

  • Cisgêneros (pessoas cis ou cissexuais): Pessoas cuja identidade de gênero é concordante com o gênero que lhe foi atribuído (antes ou após seu nascimento) em razão de uma norma social cissexista que impõe um determinado gênero a um sexo biológico específico. Pessoas cisgêneras são sempre binárias, porque os gêneros designados são binários.
    • Mulher Cisgênero (pode ser abreviado como "mulher cis"): uma pessoa que foi atribuída (antes ou após seu nascimento) ao gênero feminino e ao sexo biológico de uma típica fêmea da espécie humana e se identifica com/ se apresenta como do gênero feminino.
    • Homem Cisgênero (pode ser abreviado como "homem cis"): uma pessoa que foi atribuída (antes ou após seu nascimento) ao gênero masculino e ao sexo biológico de um macho típico da espécie humana e se identifica com/ se apresenta como do gênero masculino.
  • Transgêneros (transexuais): São pessoas cujo gênero difere do gênero que lhe foi atribuído (imposto) pela sociedade. Pessoas transgênero ou transexuais podem ser binárias (mulheres e homens transgênero ou transexuais) ou não-binárias (que NÃO se encaixam nas classificações binárias de "mulher" nem "homem"). O termo "trans" pode ser usado como diminutivo de transgênero e transexual, porém há pessoas que se identificam somente com trans e não com transgênero e nem com transexual e isto deve ser respeitado. Algumas vezes (mas não necessariamente), uma pessoa trans* faz ou gostaria de fazer alterações em seu corpo físico com cirurgias, hormônios, ou outras modificações (por exemplo, treinamento vocal, vestimentas etc.) de forma a ser socialmente percebida como alguém do gênero a que se identifica. Pessoas trans que fazem essas modificações vivenciam um período na vida que chamam de "transição", no qual ainda estão adequando o próprio corpo à percepção social que gostariam de ter.
    • Mulher Transgênero (pode ser abreviado como "mulher trans" - ou "MTF", principalmente no caso da pessoa se submete a um processo de transição): uma pessoa que foi atribuída (antes ou após seu nascimento) ao sexo biológico de um macho típico da espécie humana e se identifica com/ se apresenta como do gênero feminino. Em geral, gosta de ser tratada por pronomes femininos (ela, dela, etc.) ou de termos de gênero neutro.
    • Homem Transgênero (pode ser abreviado como "homem trans" - ou "FTM", principalmente no caso da pessoa se submete a um processo de transição): uma pessoa que foi atribuída (antes ou após seu nascimento) ao sexo biológico de uma típica fêmea da espécie humana, contudo se identifica com/ se apresenta como do gênero masculino. Em geral, gosta de ser tratada por pronomes masculinos (ele, dele, etc.) ou de termos de gênero neutro.
    • Bigênero binário: alguém que se identifica como "homem" e "mulher" ao mesmo tempo. Uma identidade bigênero binária é uma combinação destes dois gêneros, mas não obrigatoriamente uma repartição meio a meio, já que quem se identifica assim muitas vezes sente – e expressa – cada um desses gêneros por inteiro.
    • Andrógino: é utilizado por quem tem qualidades socialmente chamadas de masculinas e femininas, mas se considera um terceiro gênero separado. Essa palavra tem raízes no latim: “andro” quer dizer “homem” e “gino” quer dizer “mulher”. Alguns andróginos podem se identificar como "gender benders", o que significa que estão intencionalmente distorcendo (“bending”) ou desafiando/transgredindo os papéis de gênero estabelecidos pela sociedade.
    • Neutrois: um gênero neutro e bem determinado que se posicionam totalmente fora e sem qualquer conexão com os gêneros feminino e masculino.
    • Multigênero: pessoas que se identificam com mais de um gênero. Podem ser bigêneros (neste caso, podem ser dois gêneros quaisquer), trigêneros (três gêneros quaisquer) pangêneros (experiência de gênero que se refere a uma enorme multiplicidade de gêneros que pode ou não tender ao infinito - ou seja, pode ir além do conhecimento atual sobre gêneros) ou poligêneros (multiplicidade de gêneros semelhante à pangeneridade, porém, geralmente, engloba menos gêneros).
    • Agênero: Alguém que não se identifica com qualquer tipo de identidade de gênero. Esse termo também pode ser utilizado por alguém que intencionalmente não demonstra qualquer representação de gênero reconhecida. Há quem passe por tratamentos hormonais e/ou cirurgias para fazer com que seus corpos se adequem a sua identidade de gênero nenhum. Algumas pessoas usam termos similares como “sem gênero”. 
    • Gênero Fluido: Alguém cuja identidade de gênero e apresentação não se limita a apenas uma categoria de gênero. Pessoas de gênero fluido podem ter compreensões dinâmicas ou flutuantes do próprio gênero, mudando de um para outro de acordo com o que sentir melhor no momento. Por exemplo, uma pessoa de gênero fluido pode se sentir mais como um homem num dia e mais como uma mulher no dia seguinte, ou sentir que nenhum dos termos se aplica a ela.
    • Gênero em Dúvida: Alguém que pode estar colocando em dúvida seu gênero ou sua identidade de gênero, e/ou considera outras maneiras de experimentar ou expressar seu gênero ou apresentação de gênero.

Como foi possível perceber acima, não é possível utilizar as orientações sexuais baseadas num sistema binário de gênero. Logo, as orientações sexuais também são mais complexas do que já foram consideradas antigamente. Abaixo, pretendo listar algumas das possíveis orientações sexuais sem a intenção, contudo, de esgotar o assunto nem (in)validar determinadas orientações sexuais.

Assim, algumas das possíveis orientações sexuais são:
  • Monossexual: conjunto de todas as orientações sexuais de pessoas que sentem atração por um único gênero.
    • Homossexual: alguém que sente atração sexual pelo mesmo gênero a que se identifica (neste caso, o prefixo "homo" é entendido como igual).
    • Heterossexual: alguém que sente atração sexual por UM gênero diferente do próprio gênero (neste caso, o prefixo "hetero" é entendido como diferente). É importante lembrar que NÃO se pode dizer que uma pessoa heterossexual é atraída pelo “gênero oposto”, porque não existe “gênero oposto”.
  • Bissexual: conjunto de todas as sexualidades que sentem atração sexual pelo mesmo gênero e também por gêneros diferentes (neste caso, o prefixo "bi" faz referência aos prefixos "homo" e "hetero", assumindo o significado de que trata-se de uma pessoa que sente atração por pessoas de gêneros que são iguais ao próprio gênero e também por pessoas que tem um gênero diferente). É um termo "guarda-chuva" pois, abriga em si diversos termos correspondentes a identidades de gêneros não-monossexuais.
    • Polissexual (muitas vezes um sinônimo para uma acepção mais restrita da palavra "bissexual"): pessoa que sente atração sexual por vários gêneros (dois ou mais), mas não todos. Exemplo: alguém que sente atração sexual pela maioria dos gêneros, exceto por pessoas agêneras.
    • Pansexual (ou Onissexual): (1) pessoa que sente atração sexual por todos os gêneros; (2) pessoa que sente atração sexual independentemente do gênero, ou seja, o gênero não importa.
  • Assexual: pessoa que não sente atração sexual por outras pessoas.
  • Demissexual: (1) pessoa que estaria entre a assexualidade completa (100%) e a monossexualidade/bissexualidade completa (100%); (2) quem somente sente atração sexual por uma pessoa após desenvolver uma forte conexão emocional com a mesma; (3) pode ser também o grau do tipo de atração, isto é, o modo com que a atração sexual se dá por algum gênero em específico. Por exemplo, uma pessoa bissexual pode ter também demissexualidade em relação a um gênero em específico.
Por ser este um assunto muito complexo, reforço o caráter de esboço desta postagem, a consciência do caráter efêmero desses conceitos e a abertura de minha parte para receber e analisar críticas que proponham acréscimos e/ou alterações.

FONTE: http://umpotedeouro.blogspot.com.br/2015/01/orientacao-sexual-e-identidade-de.html

Simone de Beauvoir: Se ninguém nasce mulher, identidade de gênero é escolha?


A proposição de Simone de Beauvoir no Enem 2015.

   O Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, sempre dá o que falar, mas, neste ano, o motivo do falatório não foi nenhuma acusação de vazamento ou similar, mas sim o tema da redação e a presença de uma questão que continha certa proposição (talvez a mais conhecida) da feminista Simone de Beauvoir, cujas obras são leituras obrigatórias no que tange aos assuntos "feminismo" e "gênero".

   A proposição em questão (e a seguir) abre o primeiro capítulo, intitulado "Infância", do livro "O segundo sexo - volume II: A experiência vivida", cujo título original é "Le deuxième sexe: L'Expérience Vécue". Se existe um segundo volume, obviamente existe um primeiro, sendo ele: "Le deuxième sexe: Les faits et les mythes" ou, em Português, "O segundo sexo: Fatos e mitos".


Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psicológico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. (BEAUVOIR. 1967. p.09)


Primeiramente, muito embora possa haver alguma confusão por conta da utilização de palavras como macho e fêmea na proposição, ela não afirma que as pessoas não nascem macho ou fêmea, mas sim trata do papel social da mulher.
   No caso, ela afirma que, isoladamente, os destinos biológico, psicológico e econômico não definem a forma assumida pela fêmea humana na sociedade, mas sim que os três juntos, formando um conjunto, constituirá tudo aquilo que se encontra representado pela palavra "mulher" e esse conjunto também pode ser expresso por uma só palavra: biopsicossocial.


Pode ser interessante ainda esclarecer mais alguns conceitos, como o de desenvolvimento biopsicossocial. O ser humano é um ser:

Biológico, ou seja, que tem um corpo, com um funcionamento específico e único. E que passa por um processo de desenvolvimento marcado por diversas etapas: infância, pré-adolescência, adolescência, fase adulta jovem, fase adulta madura e terceira idade.

Psicológico, ou seja, que tem uma psique, algo que pode ser definido como um mundo interno, composto por sentimentos, pensamentos, intuições, percepções, ideias, fantasias e tudo o mais em torno disso.

Social, ou seja, que está inserido em uma cultura, em um mundo externo, composto por um ambiente social, histórico, político, econômico, tecnológico. Esse ambiente nos constitui como seres humanos e, ao mesmo temo, é constituído (criado) por nós.

Portanto, o conceito de desenvolvimento biopsicossocial se relaciona a um processo contínuo de amadurecimento pelo qual todos nós passamos e que envolve todos esses aspectos da nossa vida. Ou seja, tudo o que a gente vive envolve estes três aspectos: o biológico, o psicológico e o social. (MULLER. 2013, p.17)