quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Globalização




A globalização pode ser compreendida como a fase de expansão que o capitalismo atingiu na atualidade, impactando a economia, a política, a cultura e o espaço geográfico. Se no capitalismo comercial iniciado no final do século XV, com as grandes navegações e o colonialismo, diferentes partes do mundo passaram a estabelecer maiores relações, nos séculos seguintes essas relações se intensificaram conforme as novas tecnologias possibilitaram o avanço da produção industrial e do comércio mundial. A globalização é, sobretudo, econômica, e caracteriza-se pelo conjunto de mudanças no processo de produção de riquezas, nas relações de trabalho, no papel do Estado, nas formas de dominação sociocultural e pela facilitação dos fluxos de pessoas, capitais e informações ao redor do mundo.


Ilustração: violetkaipa / Shutterstock.com
A base estrutural que possibilitou o aumento dos fluxos de informações nas últimas décadas é o avanço das telecomunicações (satélites artificiais, centrais telefônicas, cabos de fibra óptica e telefonia celular) e da informática. A evolução das tecnologias para computadores e internet permite um volume e rapidez cada vez maiores na transmissão de dados, voz, texto e imagem em todo o planeta, tornando-o cada vez mais conectado e integrado. Além das telecomunicações e informática, também houve avanços da robótica, biotecnologia e dos meios de transporte, na etapa do desenvolvimento industrial conhecida como Terceira Revolução Industrial, quando ciência, técnica e produção adquiriram maiores vínculos. A revolução tecnológica dos meios de informação e comunicação intensificou-se, possibilitando uma disputa cada vez maior entre países e empresas a partir da facilidade de circulação do capital de um país para outro, seja para a venda de mercadorias, para a instalação de filiais de empresas ou para aplicações financeiras.
O aumento da capacidade produtiva das empresas, das infraestruturas e da utilização de sistemas informatizados nas variadas atividades econômicas (indústria, agropecuária, comércio e serviços) fez com que a técnica, a ciência e a informação se tornassem mais presentes no espaço geográfico. Essa presença é, porém, desigual. Concentra-se nos países desenvolvidos, distribui-se de modo irregular nos subdesenvolvidos industrializados e é ainda escassa em países subdesenvolvidos de economia primária. Portanto, a globalização não integra o mundo todo da mesma forma. A maioria dos usuários de internet no mundo, por exemplo, concentra-se em países como EUA, Japão, China e Alemanha.
A derrocada do bloco socialista pós-Guerra Fria (1989) iniciou a chamada nova ordem mundial, levando o capitalismo ao mundo todo e impulsionando o processo de globalização. Novos mercados consumidores se abriram, ao passo que governos e grandes empresas intensificaram medidas e políticas neoliberais (que favorecem a iniciativa privada), ampliando a circulação de capitais entre os países.
Com a economia mundial globalizada, as empresas multinacionais se destacaram, espalhando suas atividades ao redor do mundo através de complexas redes de produção, distribuição, divulgação e comercialização. Seus lucros são maximizados ao dividirem as etapas de produção e demais atividades em diferentes países. Os investimentos são direcionados conforme as vantagens que o país (geralmente subdesenvolvido) fornece, como: mão-de-obra barata e qualificada, matéria-prima abundante, baixo custo para instalação de filiais, redução ou mesmo isenção de impostos. Já os centros administrativos, científicos e tecnológicos são mantidos em suas sedes, nos países de origem. Dessa forma, diversas marcas de todos os tipos de produtos, redes de fast food, supermercados, bancos e serviços em geral, tornam-se cada vez mais presentes em diversos países.
Atualmente, mercados mundiais importantes são dominados por um pequeno número de corporações multinacionais ou transnacionais, que concentraram capitais através de fusões e/ou aquisições.
A popularização do acesso à internet e comunicação instantânea através de celulares e computadores é um fato representativo dos níveis de desenvolvimento que o processo de globalização vem atingindo no século XXI.
Fontes:
GARCIA, Valquíria Pires; BELLUCCI, Beluce. Projeto Radix: geografia. São Paulo: Scipione, 2013.
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Geografia Geral e do Brasil – ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2005.
SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia – volume 3. São Paulo: Scipione, 2009.

Multiculturalismo, Interculturalidade e multiculturalidade





Interculturalidade - Conceito, o que é, Significado



O termo interculturalidade se refere à diversidade cultural que se manifesta na sociedade atual. Se levarmos em conta como referência as grandes cidades, vamos encontrar pessoas de variadas origens étnicas, línguas diferentes e tradições culturais bem diversificadas. Para que a convivência entre as pessoas seja harmoniosa é necessário promover valores como a integração, a tolerância e o respeito mútuo. Assim, a interculturalidade é justamente uma aposta da aceitação e da normalização das diferenças sociais.


Interculturalidade e multiculturalidade

Estes dois conceitos apresentam semelhanças e diferenças e se assemelham a uma ideia fundamental: que a sociedade não é homogênea, mas sim plural. Entretanto, há uma diferença notável, já que a multiculturalidade expressa as diferenças como um fato objetivo e a interculturalidade aspira que estas diferenças se traduzam em plena integração das culturas. Desta maneira, a interculturalidade tem um componente reivindicativo e transformador, uma vez que propõe superar a multiculturalidade.

Desafios da interculturalidade

Ao longo da história, as diferenças religiosas, étnicas e culturais constituíram um argumento para justificar a exclusão social de alguns grupos

Neste sentido, a interculturalidade pretende criar um marco de convivência na qual nenhum grupo se veja discriminado por algum aspecto diferenciador.

As diferenças entre um grupo e outro não podem envolver nenhuma forma de desigualdade. Na verdade, a sociedade tradicional estabelece hierarquias baseadas nos aspectos diferenciadores. Nesta linha de pensamento, a interculturalidade se baseia em um critério ético: todas as culturas merecem o mesmo respeito.

Um dos campos de atuação da interculturalidade é área educacional

Assim, há países que colocam em prática programas escolares para que estudantes de diferentes culturas tenham uma relação satisfatória e um plano de igualdade.

A interculturalidade expressa o desejo de uma melhor convivência entre os seres humanos. No entanto, trata-se de um caminho com todo tipo de obstáculos: a superação dos preconceitos, problemas linguísticos e a hegemonia histórica de alguns grupos sobre outros. Definitivamente, a interculturalidade é uma aposta pela inclusão social do conjunto da cidadania, uma questão que deve ser abordada na escola, nos meios de comunicação, na legislação e na vida cotidiana.