quarta-feira, 15 de junho de 2016

Juízos de Fato e Juízos de Valor

Julgar das coisas

O homem, através do seu intelecto e sua experiência, ou seja, das formas de conhecer, forma juízos acerca da realidade, acerca das coisas. Julgar de algo é, ou formar um juízo equivale a simplesmente afirmar, negar, juntar, separar propriedades de um objeto. Por exemplo, dizer que uma maçã é vermelha, que o céu é azul, que a chuva é bela, enfim, qualquer coisa que se possa dizer de algo é um processo de julgar. Os juízos podem ser e dois tipos, de fato e de valor.
Juízo de fato

…são aqueles que dizem que algo é ou existe, e que dizem o que as coisas são, como são e por que são (CHAUI). Em outras palavras, juízos de fato são proposições que formamos com base no material da realidade, ou seja, coisas que julgamos a respeito do que está posto ao nosso redor, das coisas que existem, dos objetos materiais.
EX: O aço é um metal;
O hidrogênio é um elemento químico;
O revólver é uma arma.
O panela é um utensílio doméstico.
O caderno tem folhas.
Juízos de valor
…são normativos e se referem ao que algo deve ser; Como devem ser os bons sentimentos, as boas intenções, as boas ações, os nossos comportamentos decisões, etc. (Adaptado – CHAUI). Neste caso, os juízos de valor não tratam de objetos materiais, mas sim de questões relacionadas às ações humanas, ou seja, a questões morais e éticas. São reflexões acerca de como deve ser o bem proceder das pessoas. Mas eles não se limitam às questões do comportamento humano, pois podem referir-se também a objetos materiais, no entanto, o juízo tem um caráter diferente, veja o exemplo:
O oxigênio é bom; Ora, nós sabemos muitas coisas a respeito do hidrogênio, que ele é um elemento químico, que pode ser encontrado na água, entre outras coisas, mas se ele é bom não sabemos. Não se pode afirmar com certeza se ele é algo bom sem depender das circunstancias e mesmo assim, a bondade em si não será uma propriedade do oxigênio.
Mais exemplos:
A lua é bela.
Discussões são ruins.
Os ricos são medíocres.
Os políticos são corruptos.
Os negros são inferiores.
Então, os juízos de valor não dizem respeito às propriedades reais da coisa, do objeto, mas sim de como julgamos a presença, existência, ação de tal coisa, objeto. Por outro lado, os juízos de fato dizem sim as propriedades reais, intrínsecas na realidade do objeto, ou seja, diz que coisas que podemos perceber de fato em algo.
~X~
(Anderson Yankee)
Fonte: https://www.blogger.com/

Juízo de Valor

Émile Durkheim – Julgamentos de Valor e de Realidade

1-) O que são julgamentos de valor? 
O julgamento de valor não visa expressar aquilo que as coisas são, mas o valor que elas têm em relação a um sujeito consciente. Quando atribuo valores aos seres ou aos objetos, estou apenas expressando qual o valor que este tem para mim, mesmo que eu não dê tanta importância a este ser/objeto, mas, não importa qual o tipo de opinião que for atribuída ao objeto, o seu valor não se tornará menor do que aquele considerado no momento.
2-) O que são julgamentos de realidade?
O julgamento de realidade é o meio que usamos para exprimir determinados fatos, enunciar aquilo que existe. Muitas das nossas opiniões (julgamentos) dizem unicamente de que maneira nos comportamos em face de certos objetos, ou seja, do que mais gostamos, das nossas preferências. Isso tudo é considerado fato; portanto, os julgamentos não têm a função de atribuir um valor que realmente pertença a esse objeto, apenas afirmar os estados determinados do sujeito.
3-) Qual a relação entre julgamentos de valor e de realidade?
O julgamento de realidade é uma ponderação sobre algo real. Ele representa uma tomada de conhecimento da realidade. Sua formulação tem como finalidade apenas informar, pois se trata de uma constatação objetiva. O julgamento de valor, ao contrário, é subjetivo, pois os valores são pessoais. A definição de valores, como o belo, o bom, o justo, difere de pessoa para pessoa, pois representam uma tomada de posição frente à realidade. Assim, todo individuo é capaz de julgar determinado fato utilizando um julgamento de valor ou um de realidade.
4-) O que os julgamentos de valor tem a ver com a ciência positiva?
A formulação de um julgamento de valor possui a finalidade não da informação, mas sim da persuasão. A ciência positiva, na busca pelo conhecimento puro e objetivo, deve afastar de seu estudo os julgamentos de valor, pois estes são subjetivos e pessoais. O cientista positivista estuda a natureza tal como ela é, e não tal como deveria ser. É a natureza como fato, e não como valor.
5-) O que é moral para Durkheim?
“É um sistema de regras de ação que predeterminam a conduta, que nos dizem como deveremos agir, regula seus movimentos com base em outra coisa que não o impulso de seu egoismo, é a moralidade é mais sólida quanto mais numerosos e fortes são os laços coletivos, e a moral é um fato social e que se impõe aos individuos por intermedio da coerção social”.
6-) O valor moral da sociedade equivale à soma dos valores morais individuais?
O valor moral da sociedade é mais do que a soma dos valores morais individuais. O conceito de vida social está nas representações que são os estados da consciência coletiva, e não os estados de consciência individual, uma vez diferentes por natureza.  Essas representações baseiam-se na maneira pelo qual o grupo se compreende em suas relações com os objetos que os afetam. O grupo constitui-se diferentemente do indivíduo, assim o que o afeta é de outra origem. Podemos concluir que para entender como a sociedade vê a si própria e o que está a sua volta, devemos considerar a natureza da sociedade e não apenas dos indivíduos.
Fonte: DURKHEIM, Émile. Émile Durkheim: sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1984. Coleção Grandes Cientistas Sociais.
7-) Quais os exemplos que podemos dar da divisão durkheimeana da relação entre moral e sociedade?
Temos três elementos de moralidade discriminados por Durkheim: o espírito da disciplina, a adesão ao grupo e a autonomia. Vejamos o exemplo na educação de uma criança. O espirito da disciplina fortifica na criança a obediência a uma regra. Para Durkheim as regras sociais carregam duas características relevantes, regularidade e autoridade. Uma regra que aparece frequentemente já indica sua adequação, o seu aparecimento no contexto social lhe certifica autoridade. A regra social sendo fato social, ou seja, “coisa” – como definido em tópicos anteriores – por si só já representa uma ordem que exige obediência.  O espírito de disciplina, enquanto na educação moral, colabora nessa obediência, sujeitando a criança à autoridade da regra. O terceiro elemento da moralidade, a autonomia da criança, decorre da educação moral como um estado de consciência adquirido após a inserção no grupo. A autonomia, para Durkheim, consiste em uma submissão consciente às regras sociais devido a seu espírito de disciplina e sua integração no grupo.
Fonte: DURKHEIM, Émile. Émile Durkheim: sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1984. Coleção Grandes Cientistas Sociais.

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