sábado, 11 de junho de 2016

PETER FERDINAND DRUCKER



 Austríaco Peter Drucker  (naturalizado norte-americano) foi o maior guru de administração do século XX. Nasceu em 1909 e faleceu em 2005.


Foi autor de mais de vinte livros, e como consultor e professor da New York University, teve influência decisiva nos destinos da administração mundial, através de idéias modernas, arrojadas e sempre inovadoras.

Jornalista e intelectual nascido em 1909 em Viena (Áustria), Drucker fez doutorado em direito público e internacional na Universidade de Frankfurt (Alemanha), e trabalhou como jornalista econômico em um jornal local antes de emigrar para Londres em 1933, fugindo do nazismo.

Trabalhou também como professor de Ciências Sociais e Administração em Claremont entre 1971 e 2003. Desde 2003, não dava aulas mas continuou como consultor da faculdade até sua morte. 

Sem sombra de dúvida, Peter Drucker é o principal pensador empresarial e das teorias da Administração no Século XX, despontando no Século XXI em pleno vigor intelectual, cheio de energia e, o que é mais importante, com idéias sempre brilhantes. Sua obra é extremamente abrangente, tendo escrito sobre tudo o que os executivos fazem, pensam e enfrentam.

Suas idéias sempre são discutidas, analisadas, estudadas, tanto nas empresas quanto nas universidades, pois abrangem temas como privatização (chamada por ele de "reprivatização" no década de 80), a Administração (ou Gestão) do Conhecimento também é uma de suas idéias, lançada no seu livro "The Age of Discontinuity", de 1969. Ou seja, há mais de 30 anos Drucker analisava as implicações do conhecimento como sinônimo de poder e propriedade, o que hoje é discutido amplamente em termos de Capital Intelectual, Gestão do Conhecimento, Inovação estratégica, "Empowerment" etc.

Suas experiências de vida, na Áustria dos anos 20 e 30 (Séc. XX), exerceram uma grande influência em seu pensamento e sua obra, pois ele acredita que foi uma má Administração a responsável por mergulhar a Europa na catástrofe que viu em sua juventude e teme que a esfera de ação da má Administração venha a se ampliar, pois as organizações estão se tornando cada vez mais complexas e interdependentes.

Seu primeiro livro, escrito em 1946, Concept of the corporation, constituía uma investigação pioneira do intrincado funcionamento interno da General Motors, e demonstrou que o gigante do setor automobilístico era muito mais um sistema social repleto de labirintos do que uma máquina econômica.

Desde então, já são mais de 29 livros. Ao longo de sua vida, criou frases e defendeu conceitos como Administração Por Objetivos (APO). Muitas de suas inovações tornaram-se realidades na prática administrativa. Por exemplo, elogiou as grandes organizações, mas também previu o seu desaparecimento. Seu livro Managing for results, de 1964, foi o primeiro livro sobre o que hoje se denomina estratégia. A obra The effective executive, de 1966, foi o primeiro e, até hoje, o único livro sobre o fato de o comportamento ser um ponto de apoio ou uma exigência que se faz do profissional.

O ápice de sua obra pode ser considerado como formado por dois livros extensos e brilhantes: The practice of management (1954) e Magement: tasks, responsabilities, practices (1973), que possuem um alcance enciclopédico e são completos em sua perspectiva histórica. Mais do que qualquer outra obra, abrangem a essência do pensamento e da prática da Administração. Ambas estão editadas em português.

Além de escrever, Drucker teve uma carreira discreta como professor universitário e atuações esporádicas em Consultoria. Ele foi professor de Filosofia no Bennington College, entre 1942 e 1949, e tornou-se professor de Administração na Universidade de Nova York, em 1950 - como ele mesmo recorda com orgulho, "a primeira pessoa em qualquer parte do mundo a possuir tal título e a ensinar tal disciplina". Desde 1971, leciona na Claremont Graduate School, na Califórnia (onde vive atualmente).

Drucker se considera tanto um jornalista quanto um professor universitário ou consultor. Em sua autobiografia ele enfatiza seu papel como um intérprete jornalístico das tendências sem se envolver diretamente nos fatos. Ele tece críticas pesadas às escolas de Administração, considerando que "as faculdades de Administração nos EUA, instituídas há menos de um século, têm preparado escriturários bem treinados". Drucker não quis, em diversas ocasiões, associar-se a Harvard, e observa que "somente agora, em minha idade bem avançada, a Universidade tem-se mostrada disposta a me aceitar".

A maior conquista de Drucker reside em identificar a Administração como uma disciplina humana e desvinculada do tempo. Ela foi utilizada para construir a Grande Muralha da China, erguer as pirâmides, cruzar os oceanos pela primeira vez e comandar exércitos. Nas suas palavras: "Administração significa tarefas e é sinônimo de disciplina, mas também significa seres humanos. Toda realização da Administração é também a realização de um dirigente. Todo fracasso representa o fracasso de um dirigente. As pessoas administram, não as forças ou os fatos. A visão, a dedicação e a integridade dos gerentes determinam se existe uma Administração ou um mau gerenciamento."

Drucker coloca em nossas mãos a importância histórica da Administração. Porém, embora ela seja uma ciência universal, isso não significa que sejamos muito bons em praticá-la ou que estamos nos aperfeiçoando em sua aplicação. Em 1995, ele declarou: "na realidade, muito pouco tem mudado até agora. A maioria das organizações está sendo administrada de modo muito similar ao que eram quando comecei a estudá-las pela primeira vez. Possuímos muitos instrumentos novos, mas poucas idéias novas."

Para que se tenha uma idéia da atualidade de seus escritos, basta lembrar que em sua obra Management: tasks, responsabilities, practices, de 1973, ele estabeleceu cinco princípios básicos para o papel do dirigente: (1) definir objetivos; (2) organizar; (3) motivar e comunicar; (4) avaliar; e, (5) desenvolver pessoas. Para ele, esse é um dos papéis fundamentais do administrador: assumir uma função educacional, proporcionando aos demais uma visão e habilidade para desempenhá-la. Para Drucker, é a visão e a responsabilidade moral que, em última instância, define o administrador.

Complementando sua visão futurística, vamos ver quais as "tarefas"que Drucker considerava essenciais para o administrador do futuro (o que impressiona é que isso foi escrito há mais de 40 anos). Para ele, "os dirigentes do futuro devem:

1. Administrar por Objetivos.

2. Assumir maiores riscos e por um período mais longo.

3. Ser capazes de tomar decisões estratégicas.

4. Ser capazes de formar uma equipe integrada, cujos membros individuais tenham a capacidade de administrar e de medir seu próprio desempenho e os resultados em relação aos objetivos comuns.

5. Ser capazes de comunicar informações de forma rápida e clara.

6. Tradicionalmente, esperava-se que o gerente conhecesse uma ou mais funções. Isso não será mais suficiente. O dirigente do futuro deve ter condições de enxergar a empresa como um todo e de integrar sua função nesse contexto.

7. Tradicionalmente um gerente deveria conhecer alguns produtos ou um setor. Isso também não será mais suficiente".

No início do terceiro milênio, continua valendo a pena ouvir e ler o que Peter Drucker tem a dizer, pois sua lucidez e conhecimentos sobre a Ciência da Administração são de uma pessoa que tem uma vida inteira dedicada ao estudo das organizações.

Para encerrar, fiquemos com suas palavra a respeito dos gerentes: "os gerentes são responsáveis pelos resultados e ponto final."


Fonte, na íntegra: 

http://www.portalinfluenciar.com.br/2013/04/excelente-biografia-peter-drucker.html

Os Revolucionários da Administração: um guia dos pensadores e suas idéias que criaram e revolucionar
Páginas onde está Publicado:    ND
Autor:    CRAINER, Stuart
Editora:    EXAME e Negócio Editora
Cidade:    São Paulo
Ano de Publicação:    1999


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