sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Culturalismo



No período entre as duas guerras mundiais desenvolveu-se, fundamentalmente nos Estados Unidos, uma corrente culturalista em antropologia, cuja premissa básica era a de que uma dada cultura impõe um determinado modo de pensamento aos homens nela inseridos. 
A cultura condiciona o comportamento psicológico do indivíduo, sua maneira de pensar, a forma como percebe seu entorno e como extrai, acumula e organiza a informação daí proveniente. 
Nesse sentido, foram significativos os trabalhos de Ruth Benedict, realizados na década de 1930, sobre os índios pueblo do sudoeste dos Estados Unidos - os quais, apesar de imersos num meio físico semelhante ao das etnias circunvizinhas, raciocinavam de forma muito diferente diante de problemas idênticos.

Margaret Mead analisou principalmente a importância da educação na formação da personalidade adulta. 
Ralph Linton e Abram Kardiner, por sua vez, expuseram o conceito de personalidade de base, que consistiria num mínimo psicológico comum a todos os membros de uma sociedade.

É o conjunto de ações que admite como centro a cultura, capaz de explicar e/ou fundamentar os fenômenos que movem e estruturam o comportamento de uma população e de um indivíduo, nas diversas fases da formação social. 
O Culturalismo toma por base todos os modelos artísticos atuais, clássicos e filosóficos, em conjunto ou individuais, para tornar claro o papel fundamental da cultura na construção de uma sociedade. Entende que cultura não é meramente o fazer sociológico de algo, mas a reconstrução desse algo a partir dos modelos buscados na natureza, logo, entende-se cultura, segundo o filósofo, jurista, educador e poeta Miguel Reale, como “o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer para modificar-se a si mesmo”. 
No entender culturalista, a filosofia, como razão, deve fazer parte dos alicerces de todas as ciências. Não é restrito, não atende apenas a uma parcela e a cultura sob o ponto de vista, apenas, sociológico. Traduz-se como um conjunto de crenças, costumes, normas, valores, artes e linguagem; tem como base o modo de agir e pensar do ser humano em sua cultura e a ela deve-se uma cadeia de evolução que compete a uma determinada época, logo, para cada tempo, uma cultura, uma forma de pensar e agir. 
A reflexão culturalista, para tentar chegar ao verdadeiro “x” da questão, não é movida pela visão de futuro sob o passado, mas transporta-se à concepção pretérita para entender o pretérito. 
Como movimento, o Culturalismo tem o papel de desenvolver uma nova corrente de pensamento, não desprezando as ascendentes, mas tomando-as como base para a continuação evolutiva do pensar. Opõe-se às correntes que reverteram os núcleos artísticos e atearam fogo aos modelos clássicos, preconceituosamente. 
O Movimento Artístico Culturalista põe fim, em definitivo, à idéia de que para o nascimento de uma nova corrente ideológica tenha que a passada ser destruída, ele segue, de maneira inconsciente, o conceito, adaptado, de Lavoisier: no meio artístico, em geral, nada se perde, tudo se transforma. E essa transformação, natural, compete a cada tempo, em consonância com os novos princípios e reflexões sociais que vão nascendo.
Fonte:http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/culturalismo.php
Daniel C. B. Ciarlini
https://geracaoculturalista.wordpress.com/2009/04/13/o-culturalismo/

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