Vygotsky tem uma concepção do conhecimento que avança em relação às teorias
psicológicas subjetivistas e objetivistas que se apresentam fragmentadas e a-históricas,
considerando o sujeito de forma abstrata e descontextualizada. Dessa forma, acentuam a
natureza individual do homem em detrimento das circunstâncias sociais que o envolvem. A
insatisfação com os dois modelos psicológicos objetivistas e subjetivistas levou Vygotsky à
busca de uma superação numa perspectiva que, baseando-se na dialética marxista, pudesse
compreender o homem real e concreto. Ao empreender uma crítica da psicologia de seu
tempo, apresentou não uma terceira via para se compreender a construção do conhecimento,
mas foi mais longe, realizando de fato um rompimento ao articular sua proposta psicológica
inovadora. Essa é a perspectiva histórico-cultural, para a qual o conhecimento não é
adquirido, mas construído na relação com o outro. Uma relação dialética entre sujeito e
objeto, isto é, entre o sujeito e o meio histórico. É uma questão de base social, de uma
relação não só com objetos, mas principalmente uma relação entre pessoas, entre sujeitos.
Para o autor, a relação do sujeito com o conhecimento não é, portanto, uma relação
direta, mas mediada. Essa mediação se processa via um outro, via instrumentos e signos.
Vygotsky (1995), ao formular o princípio
geral de sua teoria dizendo que as funções mentais superiores especificamente humanas têm
uma origem social, está dizendo que na história do homem há um duplo nascimento:
o
biológico e o cultural.
A inserção na cultura pela interação com o outro via linguagem é que
possibilita a criança se tornar de um simples ser biológico em um ser cultural, humano.
Pensando o computador e internet com o olhar da perspectiva histórico-cultural,
procuro inicialmente compreender como, a partir da idéia de cultura em Vygotsky, posso
chamá-los de culturais.
Computador e internet
introduzem uma forma de interação com as informações, com o conhecimento e com as outras
pessoas, totalmente nova, diferente da que acontece em outros meios como a máquina de
escrever, o retroprojetor. No uso do computador e da internet a ação do sujeito se faz de forma
interativa e enquanto lê/escreve, novos fatores intelectuais são acionados: a memória (na
organização de bases de dados, hiperdocumentos, organização de arquivos); a imaginação
(pelas simulações); a percepção (a partir das realidades virtuais, telepresença). Outros tipos de
comunicação afetam os usuários por vários canais sensoriais, combinando texto, imagem, cor,
som, movimento. Trata-se de uma nova modalidade comunicacional absolutamente diferente
possibilitada pelo digital: a interatividade.
(...)
Esses conceitos discutidos até aqui, propostos pela teoria histórico-cultural, têm
tudo a ver com a compreensão do computador e da internet como instrumentos culturais
de aprendizagem.
(...)
computador e internet são instrumentos
tecnológicos construídos pelo homem que não se configuram como meras máquinas. Eles
vão muito além disso. São de fato mediadores do conhecimento enquanto ferramenta
material, mas, principalmente, são mediadores do conhecimento, enquanto um
instrumento simbólico, e permitem a mediação com o outro. Computador e internet
abrem novas possibilidades de aprendizagem por permitirem o acesso a uma infinidade
de informações, pelas formas de pensamento que são por eles potencializadas, pelas
interações possibilitadas e pela interatividade que proporcionam.
(...)
Portanto, eles
possibilitam a construção compartilhada de conhecimento, via interatividade, de que fala
a teoria histórico-cultural. Estimulam novas formas de pensamento no enfrentamento
com a hipertextualidade neles presente pela inter-relação de diversos gêneros textuais
expressados por diversas linguagens (sons, imagens estáticas e dinâmicas, textos). A
plasticidade interativa própria das tecnologias digitais trazidas pelo computador e internet
permitem, ainda, a construção de diversos percursos de aprendizagem através da
atividade do sujeito que interage com o outro e com o objeto do conhecimento.
Computador e internet
introduzem uma forma de interação com as informações, com o conhecimento e com as outras
pessoas, totalmente nova, diferente da que acontece em outros meios como a máquina de
escrever, o retroprojetor. No uso do computador e da internet a ação do sujeito se faz de forma
interativa e enquanto lê/escreve, novos fatores intelectuais são acionados: a memória (na
organização de bases de dados, hiperdocumentos, organização de arquivos); a imaginação
(pelas simulações); a percepção (a partir das realidades virtuais, telepresença). Outros tipos de
comunicação afetam os usuários por vários canais sensoriais, combinando texto, imagem, cor,
som, movimento. Trata-se de uma nova modalidade comunicacional absolutamente diferente
possibilitada pelo digital: a interatividade.
(...)
Computador
e internet
introduzem
uma forma de interação com as informações, com o conhecimento e com as outras
pessoas,
totalmente nova, diferente da que acontece em outros meios como a máquina de
escrever,
o retroprojetor. No uso do computador e da internet a ação do sujeito se faz de
forma
interativa
e enquanto lê/escreve, novos fatores intelectuais são acionados: a memória (na
organização
de bases de dados, hiperdocumentos, organização de arquivos); a imaginação
(pelas
simulações); a percepção (a partir das realidades virtuais, telepresença).
Outros tipos de
comunicação
afetam os usuários por vários canais sensoriais, combinando texto, imagem, cor,
som,
movimento. Trata-se de uma nova modalidade comunicacional absolutamente
diferente
possibilitada pelo digital: a interatividade.
(...)
Essa
comunicação
interativa apresenta-se como um desafio para a escola que está centrada no
paradigma
da transmissão. Instaura-se, com essa nova modalidade comunicacional, uma nova
relação
professor-aluno centrada no diálogo, na ação compartilhada, na aprendizagem
colaborativa
na qual o professor é um mediador. Computador e internet se mostram como
adequados a uma concepção social de aprendizagem, que se realiza
na interação.
(...)
A internet
permite à escola o desenvolvimento de diferentes atividades: a) busca ágil
de
informações (pesquisa escolar, visitas a museus e outros lugares, visitas a
sites interativos,
artes
plásticas, música, literatura, cursos virtuais); b) interações com pessoas
(fóruns e listas
de
discussão, comunidades virtuais, chats e-mails);c) ambientes virtuais de
aprendizagem-
AVA (como
o moodle); d)entretenimento (jogos, simulações). Essas atividades ampliam o
espaço da
aula presencial e permitem aos alunos um maior acesso às informações que,
trabalhadas em conjunto com colegas e professores, podem se
transformar em conhecimento.
tudo a ver com a compreensão do computador e da internet como instrumentos culturais
de aprendizagem.
(...)
computador e internet são instrumentos
tecnológicos construídos pelo homem que não se configuram como meras máquinas. Eles
vão muito além disso. São de fato mediadores do conhecimento enquanto ferramenta
material, mas, principalmente, são mediadores do conhecimento, enquanto um
instrumento simbólico, e permitem a mediação com o outro. Computador e internet
abrem novas possibilidades de aprendizagem por permitirem o acesso a uma infinidade
de informações, pelas formas de pensamento que são por eles potencializadas, pelas
interações possibilitadas e pela interatividade que proporcionam.
(...)
Portanto, eles
possibilitam a construção compartilhada de conhecimento, via interatividade, de que fala
a teoria histórico-cultural. Estimulam novas formas de pensamento no enfrentamento
com a hipertextualidade neles presente pela inter-relação de diversos gêneros textuais
expressados por diversas linguagens (sons, imagens estáticas e dinâmicas, textos). A
plasticidade interativa própria das tecnologias digitais trazidas pelo computador e internet
permitem, ainda, a construção de diversos percursos de aprendizagem através da
atividade do sujeito que interage com o outro e com o objeto do conhecimento.
Fonte: JANELA SOBRE A UTOPIA: COMPUTADOR E INTERNET A PARTIR DO OLHAR DA
ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL
Maria Teresa de Assunção Freitas – UFJF
Agência Financiadora: CNPq e FAPEMIG
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