quinta-feira, 2 de junho de 2016

Georg Lukács - filósofo húngaro

Georg Lukács - filósofo húngaro 

(Pensador associaria a crítica da estética literária às correntes marxistas da filosofia)

No dia 5 de junho de 1971, morre em Budapeste o filósofo, escritor e crítico literário marxista Georg Lukács. Influenciou como poucos o pensamento comunista da primeira metade do século XX e contribuiu para a formulação de um sistema marxista de estética que se opunha ao controle político dos artistas. Defendeu o humanismo e a elaboração de conceitos novos para a teoria de Marx sobre a alienação dentro da sociedade industrial. Suas obras O que é marxismo ortodoxo? eA mudança de função do materialismo histórico demonstram sua abordagem criativa e independente da teoria marxista.

Nascido em uma rica família judaica no dia 13 de abril de 1885, Lukács leu Marx ainda no colégio. À época, contudo, ainda estava mais influenciado por Soren Kierkegaard e Max Weber. Pouco impressionado com a maioria dos teóricos da Segunda Internacional, como Karl Kautsky, passou a exaltar a obra de Rosa Luxemburgo. No decorrer da Revolução Bolchevique, ingressou no Partido Comunista Húngaro. Lukács serviu como Comissário para a Cultura e Educação durante o regime de Bela Kun, e, em 1919, com o início do terror branco do almirante Horty, passou a ser perseguido.
Lukács fugiu para Viena, onde morou por dez anos. Lá edita a revista Kommunismus, que, por um bom tempo, tornou-se o foco das correntes de ultra-esquerda da 3ª Internacional. Em seu livro História e Consciência de Classe (1923), lançou as bases para os princípios de sua crítica literária, onde ligava o desenvolvimento da forma na arte com a história da luta de classes. Nesse volume, expõe um conceito histórico da teoria de reificação, chamado de fetichismo da mercadoria em O Capital de Marx.
Trata-se de um processo histórico inerente às sociedades capitalistas, caracterizado por uma transformação experimentada pela atividade produtiva, pelas relações sociais e pela própria subjetividade humana. Esta é sujeita e identificada cada vez mais com o caráter inanimado, quantitativo e automático dos objetos ou mercadorias circulantes no mercado.
Viveu em Berlim de 1929 a 1933, salvo um breve período no qual frequentou o Instituto Marx-Engels de Moscou. Após esses anos, retornou à capital da União Soviética para ingressar no Instituto de Filosofia. Volta para a Hungria em  1945, tornando-se membro do parlamento e professor de estética e de filosofia da cultura na Universidade de Budapeste.
Em 1956, já era ministro da Cultura no governo de Imre Nagy. Preso e deportado para a Romênia, teve permissão para regressar a seu país apenas em 1957, onde, sem seu antigo poder e status, dedicou-se à produção de trabalhos filosóficos e críticos no campo da estética e da teoria literária.
Lukács é o precursor dos estudos sociológicos sobre a literatura romanesca. Soube adotar uma perspectiva que coloca a obra de arte em seu contexto social e histórico. Foi igualmente um feroz defensor do realismo na literatura, repudiando notadamente o modernismo encarnado por autores como Kafka, Joyce ou Beckett.
Em seus últimos anos, renegou muitos pontos de vista presentes em seus textos iniciais, o que serviu de alicerce para escritores como Theodor Adorno e Erich Fromm. Estes não só rejeitaram a versão stalinista do marxismo como se afastaram dos princípios centrais de Marx. Chocava-se muitas vezes com Jean-Paul Sartre e outros que combinavam marxismo com psicanálise, estruturalismo e outras correntes filosóficas intrinsecamente incompatíveis com o marxismo.
Lukács escreveu mais de 30 livros e centenas de ensaios e conferências. São outras obras suasAlma e Forma (1911), O Romance Histórico (1955), e livros sobre Goethe, Hegel, Lenin, Marxismo e estética. Em seu Destruição da Razão, lançou um furioso ataque a Martin Heidegger, devido a sua proximidade com o nazismo, e a toda a corrente do irracionalismo, dominante nos anos pré-guerra.
Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/22250/hoje+na+historia+1971+-+morre+o+filosofo+hungaro+georg+lukacs.shtml

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http://www.ufscar.br/~semppgfil/wp-content/uploads/2012/05/brunomendes1.pdf

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